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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

INOVAR E GANHAR

























Trocámos um 9 por um 8 e saímos a ganhar! O sistema apresentado pelo mister em Guimarães foi uma inovação quase absoluta. Não foi a primeira vez que jogámos com três médios - este ano já o tínhamos feito nos dois jogos com o Manchester e com o Braga na Taça da Liga - mas foi a primeira vez com o Jonas como único avançado centro. (Se a memória não me falha, apenas tinha acontecido na Supertaça de 2015, o primeiro jogo oficial do Rui Vitória).

Como tudo na vida, esta opção tem vantagens e desvantagens. As primeiras foram evidentes na primeira parte e as segundas... na segunda. Gostei muito da nossa primeira parte. Tivemos muita posse de bola e criámos várias situações de perigo, beneficiando da mobilidade permanente do quinteto mais avançado. Nunca deixámos o Vitória pegar no jogo nem criar perigo. Fejsa, Krovinovic e Pizzi no centro. Diogo e Salvio nas alas. E o Jonas, em boa verdade, a fazer o mesmo tipo de movimentos que costuma fazer quando joga atrás do ponta-de-lança. Ora baixando para combinar com os médios, ora aparecendo nas alas arrastando a marcação. Por isso digo que trocámos um 9 (Seferovic) por um 8 (Krovinovic). 

No espaço deixado vazio pelo Pistolas apareciam à vez os extremos, o Krovinovic ou o Pizzi. As tarefas habitualmente desempenhadas por este no início de construção foram ontem divididas - e muito bem - pelo Krovi, entrando o transmontano mais vezes na segunda fase de construção, em zonas mais adiantadas. Resultou muito bem. Fizemos golo aos 22' numa jogada simples e bonita: passe longo (do Luisão?) para o André Almeida, tabela e abertura do Krovimodric de novo para o lateral e bom passe deste para o exímio Jonas encostar de pé esquerdo. 13 golos em 11 jogos na Liga. 9 consecutivos a marcar!

Ao contrário do que tem sucedido após abrirmos o marcador, continuámos no mesmo registo. Até ao intervalo os sinais de perigo continuaram a ser nossos, pelo Diogo e pelo Salvio. A segunda parte mostrou-nos a outra face deste sistema. Com menos posse de bola por causa da reacção dos vimaranenses, não conseguimos continuar a jogar em futebol apoiado. Foi então que sentimos falta da referência na frente para segurar ou esticar o jogo em momentos de aperto. Ao contrário do Raúl ou do Seferovic, o Jonas dificilmente consegue ganhar o confronto físico com os centrais e também não dá para explorar a profundidade.

Posições médias aos 54'.Fonte:Goalpoint
Este sistema pede muita posse de bola e muita mobilidade. Faltando o primeiro factor, o nosso único avançado tornou-se presa fácil. Conseguimos aguentar o ímpeto vitoriano, cedendo vários cantos até ao segundo golo, aos 76'. Krovinovic (dois passes para assistência), Jonas e grande trabalho do Samaris a aguentar uma carga e a finalizar com classe. Ganhámos capacidade de combate com a entrada do grego para o lugar do Pizzi (aos 64') e mantivemos a qualidade e o critério na construção pelo Krovinovic. Três minutos depois do segundo, tivemos direito ao golo do descanso marcado pelo Salvio, após passe do Diogo Gonçalves. O Toto foi sempre um quebra-cabeças para os adversários e mereceu o golo pelo muito que lutou, ainda que nem sempre tenha tomado a melhor decisão. E que belo golo, um chapéu curto telecomandado para a baliza!


Uma intercepção infeliz do Cervi e um remate do Rafel Martins entre as pernas do Luisão não permitiram que o Svilar mantivesse a baliza a zeros, e aos 86' sofremos o 3-1. O Svilar teve várias boas intervenções e uma saída precipitada que lhe valeu um amarelo.

A precipitação na saída vai acontecer mais vezes, é o preço a pagar por termos um guarda-redes que dá um enorme respaldo à defesa e lhe permite o adiantamento. Com o tempo, vai melhorar a leitura dos lances e a decisão sobre a saída; que aprenda rapidamente e erre apenas uma vez em cada cinquenta ou em cada cem.



O árbitro ainda teve tempo para ver um penalti do André Almeida, felizmente não convertido, depois de não ter assinalado um sobre o Salvio. Isto para além do fora-de-jogo mal assinalado ao Jonas na cara do GR. 

Boa atitude, boa exibição e terceira vitória consecutiva na Liga! Podíamos ter ganho mais pontos aos rivais se os árbitros não tivessem voltado a ajudá-los. Mas isto vai-se compor! 


                               ficha do jogo (aqui)

8 comentários:

  1. Não entendo muito de táticas, mas com os jogadores que temos talvez até desse para um 3-4-2-1 ou 3-5-2, com Samaris a central, Salvio + Grimaldo nas alas e Jonas menos desacompanhado. Sei que tudo isso depende de muito treino, mas realmente é bom ver essas inovações no Benfica

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  2. Bem-vindo, Monte!

    Julgo que passar de uma linha de 4 para 3 (ou 5) defesas é uma alteração estrutural muito grande e muito arriscada nesta fase. Mas até temos jogadores para isso, Salvio e Douglas na direita, Grimaldo e Cervi na esquerda. Faltava mais um central para ficarmos mais confortáveis.

    Por agora, penso que o plano A e plano B passa por jogarmos com dois ou com três médios. Foi bom vermos que o sistema de 3 médios pode não implicar a saída do Jonas. Foi bom vermos o Krovi. É importante alargarmos o leque de opções e criar dúvida nos adversários. Se houvesse jogo no próximo fim-de-semana o tema seria "como é que irá jogar o Benfica?"

    Realmente foi bom vermos esta inovação!

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  3. Pois é Miguel, realmente os nossos adversários vão ficar loucos sem saber em que sistema vamos jogar. Eu gosto de assistir o campeonato inglês e tenho reparado que muitas equipas estão a adotar três defesas. O Conte foi campeão com o Chelsea e até o Mourinho tem aderido a esse sistema. Mas o que mais me encantou foi ver o Tottenham cilindrar o Real Madrid também com três centrais.

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    1. Sim, em Inglaterra está-se a tornar 'moda', importada de Itália e da Argentina. Por cá, o Jesus fez alguns ensaios na pré-época mas deve ter chegado à conclusão que não tem centrais suficientes. Não me parece que esteja no horizonte do Rui Vitória a curto prazo, mas a médio...quem sabe?

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  4. Engraçado porque quem vê de fora parece que é fácil mudar esses sistemas todos de uma jogo para outro sem muitos treinos. Mas sabes que no ano passado houve um momento que o Rui Vitória teve boa oportunidade para testar o 4-3-3 e acho que não quis arriscar. Foi no Dragão quando estávamos a ser massacrados pelo Porto e ele colocou o André Horta junto com o Pizzi no meio-campo. Incrivelmente o jogo mudou e acabamos por empatar um jogo que parecia perdido. Acho que naquela altura o André Horta fez de Krovinovic. Depois não sei o que aconteceu, mas eu gostava muito daquele miúdo.

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  5. Amigo Monte, eu também vejo de fora, sou apenas um apaixonado treinador de bancada:) Pelo que tenho visto e lido, o sistema de 3 centrais implica alterações significativas, nomeadamente no comportamento defensivo dos alas/laterais. Numa linha de 4, o lateral tem de fechar por dentro juntando-se muitas vezes a um central dentro da grande área, quando o outro central vai dobrar o lateral contrário. Numa linha de 3 (ou 5) os alas preocupam-se essencialmente com o seu corredor. Deve ser uma das razões para o Douglas, por ex., apresentar tantas dificuldades a defender, pois jogava assim no Brasil. As acções dos centrais na cobertura ou antecipação também são diferentes no caso de 2 ou de 3 centrais.

    Já uma alteração de 4-4-2 para 4-3-3 não será tão complicada. Até há equipas que alternam os dois sistemas ao longo do mesmo jogo sem sequer fazerem substituições, jogando com as polivalências de um extremo/avançado e um médio-centro/médio-ala. Imagina que começávamos em 4-3-3 com Fejsa, Krovi e Pizzi no centro. Gabriel na dtª, Raúl no meio e Cervi na esqª. A dada altura, podíamos juntar o Gabriel ao Raúl no eixo do ataque e passar o Pizzi para a direita - já estaríamos em 4-4-2!

    Quanto ao André Horta, também gosto dele mas tem de confirmar o seu valor. Mesmo no Braga, ainda não conseguiu confirmar as expectativas.

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  6. Pois é, o André Horta é muito novo ainda. Mas às vezes tem oportunidades que não voltam mais e com outros no meio-campo a dar cartas já não sei se ele ainda voltará ao Benfica.
    Vai ser interessante para o Benfica poder jogar com esses dois sistemas até no mesmo jogo, passando rapidamente do 4-3-3 para o 4-4-2 e baralhando as marcações. Falaste do Gabriel, acho até que ele tem uma coisa muito boa em relação aos outros. Tem muita facilidade para fazer golos. Só não sei como andará a sua cabeça. Mas se ele tiver paciência e esperar a sua oportunidade ainda poderá ser muito útil.
    Ok amigo, uma pessoa começa a falar do Benfica e daqui a pouco já rodamos todos os jogadores do plantel. E ainda tem a equipa B que está recheada de craques.
    Saudações benfiquista!

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  7. É mesmo! E na próxima época vamos ter aí mais umas bombas do Seixal a rebentar!!

    Abraço!

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