A quantidade de alterações. A ressaca do clássico. A vantagem da primeira mão. Tudo isto contribuiu para uma exibição desgarrada e com demasiadas falhas de concentração por parte do Benfica. Mas pronto, foi alcançado o objectivo e estamos no Jamor! O jogo pode ter sido muito entretido para espectadores neutros, mas eu não gosto nada de ver a nossa equipa sofrer tantos golos e conceder tantas oportunidades, mesmo que o desfecho seja positivo.
Eram esperadas muitas alterações no nosso Onze, em que a maior surpresa terá sido a ausência do Jonas. A linha da frente apresentada, com Carrillo, Cervi, Rafa e Zivkovic permite muita mobilidade e criatividade no último terço, mas carece de objectividade na finalização. Todos estes artistas são mais propensos a assistir do que a "matar" as jogadas. E foi isso que fomos vendo ao longo dos primeiros trinta minutos. Muito dinamismo ofensivo, grande capacidade para encontrarmos espaço na defesa estorilista em tabelinhas ou em acelerações, criação de oportunidades flagrantes e... desperdício das mesmas. Talvez tenha sido a quantidade de oportunidades que criámos na primeira meia hora que tenha dado uma errada noção de facilidade, que mais tarde ou mais cedo marcaríamos.
Quem aproveitou as facilidades concedidas foi o Bruno Gomes que perante a passividade do Lindelof, colocou um remate frontal no ângulo da baliza do Júlio César, aos 31'. No entanto, em menos de um cigarro, o Carrillo repôs a igualdade e a nossa vantagem na eliminatória, após mau alívio do GR do Estoril. O resultado ao intervalo deixava o Estoril a um golo de igualar as contas e foi mesmo isso que aconteceu logo nos primeiros segundos da segunda parte. Uma tremenda displicência do André Almeida num passe atrasado para o espaço entre os nossos centrais e golo do recém-entrado Carlinhos.
A nossa reacção foi rápida e voltámos a criar várias oportunidades. Aos 54', assistimos ao melhor momento da noite com aquela obra de arte do Zivkovic; remate em arco que leva a bola a entrar na gaveta da baliza grande. Eis uma demonstração que a melhor posição do sérvio é partindo da direita. Poucos minutos depois, novo momento espectacular com o chapéu do Carrillo a levar a bola à barra. Se tivesse entrado, este golo teria destronado o do Zivko como o mais belo da noite?
O dois-dois não nos deixava descansados, pois um golo deles tirava-nos do Jamor. As sucessivas desconcentrações da nossa equipa e facilidades concedidas ao adversário aumentavam a intranquilidade nas bancadas. Valeu o golo do Jonas, acabado de entrar para substituir o Rafa. Pensei que finalmente tivéssemos sossego e até pudéssemos acabar por ganhar confortavelmente, mas qual quê! Ainda tivemos muito que penar, pois o Estoril chega ao três-três em mais um lance de passividade da nossa defesa, desta vez com o Lisandro como principal responsável, e Bruno Gomes a bisar. Nos dez minutos finais, não conseguimos controlar o jogo e qualquer das equipas podia ter marcado, com o Estoril muito perto disso num canto aos 90'.
Parabéns aos jogadores do Estoril, que acreditaram sempre que podiam fazer história e levar o clube à segunda Final da Taça de Portugal. Parabéns ao Benfica que alcança a 36ª em busca da 26ª!
Notas finais
Pela negativa:
- Muita desconcentração e falta de intensidade dos nossos jogadores;
- Falta de eficácia na finalização;
- A lesão do Filipe Augusto. Este rapaz é de cristal?!
Pela positiva:
- A mobilidade e imprevisibilidade do quarteto avançado;
- A quantidade de oportunidades criadas;
- O belo golo do Zivkovic;
- O belo quase-golo do Carrillo;
- O regresso do Grimaldo.
Muito mais importante que a final do Jamor, temos no próximo Domingo a final com o Moreirense, onde esperamos que o Benfica se apresente na máxima força e concentração. Só assim poderemos vencer.
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