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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

domingo, 30 de abril de 2017

MANTER O FOCO. E A UNIÃO!




Talvez este tenha sido o primeiro jogo nesta fase de decisão em que o Benfica acusou a pressão. Globalmente, até gostei bastante da primeira parte. Tivemos muita posse de bola, fizemos boa circulação e construímos belas jogadas, ainda que sem criar muitas oportunidades claras de golo. Encostámos o adversário ao seu reduto, reagimos bem à perda de bola e não os deixámos sair com perigo. Chegámos com naturalidade à vantagem, aos 29', num penalti indiscutível convertido pelo Jonas a castigar derrube do Licá ao Nelson Semedo, num jogo de sentido único até então. Podíamos ter ampliado no fecho da primeira parte, mas o pé esquerdo do Salvio chutou em frente, mesmo ao lado do poste.

Algo estranho se terá apoderado dos nossos jogadores ao intervalo, que entraram desconcentrados e desconfiados de si próprios no segundo tempo. Já o Estoril, acreditou que podia chegar ao empate. Subiu as linhas, pressionou a nossa saída e envolveu mais elementos na fase ofensiva. Assim criaram os estorilistas cinco situações de grande perigo, incluindo duas bolas aos ferros, que faziam adivinhar o golo alcançado pelo Kléber aos 59'. 

Fica a ideia que mais cedo o Estoril tivesse marcado e mais cedo o Benfica teria reagido e voltado a pegar no jogo. Com efeito, apenas seis minutos volvidos e o Jonas volta a marcar. Desta feita um golo só ao alcance dos eleitos, com um remate da entrada da área colocadíssimo ao primeiro poste. Após combinação do Cervi e do Grimaldo, o Pistolas pega na bola, vem da esquerda para o centro e mete-a lá dentro! 

Reposta a vantagem, colocava-se a dúvida: vamos para cima deles à procura do terceiro ou seguramos o que já temos? Não respondemos cabalmente a esta questão e foram-se sucedendo lances de perigo numa e outra baliza, num jogo demasiado partido para os nossos interesses. Só com a entrada do Filipe Augusto aos 79', conseguimos estancar as iniciativas adversárias, colocando alguma ordem naquele imenso espaço que se abrira entre as duas defesas. Acabámos a defender junto da nossa baliza, valendo a solidariedade e humildade com que os nossos jogadores souberam interpretar este momento difícil. Três pontos vitais que nos deixam a sete (ou menos, se o Porto voltar a falhar) do grande objectivo.

Se é verdade que os nossos jogadores não estiveram muito bem, também é verdade que nós, nas bancadas, ficámos aquém. Somos milhões a viver e a sofrer as ocorrências da nossa equipa principal de futebol. É inevitável que algumas pessoas sejam... vá lá, mais impacientes e não resistam a sublinhar com assobios um passe falhado, uma finta despropositada, etc. Estamos certamente a falar de um grupo restrito de profissionais exímios nas suas actividades que nunca falham no cumprimento das suas tarefas e por isso não admitem falhas a ninguém. Só pode! O que estranhei ontem na Luz foi que os assobios da pequena minoria não tivessem sido imediatamente abafados por ruidosos aplausos e gritos de incentivo da imensa maioria, como habitualmente acontece. Talvez a ansiedade também nos tenha tolhido a vontade de apoiar mas não podemos deixar que assim seja. Mea culpa, também. Passei a segunda parte bastante apreensivo e menos participativo do que costumo. Diz quem viu, que até apresentei uma palidez preocupante. Mas pronto, este está arquivado na pasta dos sucessos. Faço votos para que, em Vila do Conde, a equipa se reencontre com seu estado de alma habitual  e que os nossos adeptos que lá se deslocarem não regateiem esforços no apoio ao Tricampeão em busca do Tetra. 

Mais do que nunca, este é o momento em que temos de ficar unidos em torno daqueles que nos podem dar o que nunca tivemos!





P.S.1. Acabei por não escrever nada a propósito do derbi, mas agora também já não interessa. Queria apenas destacar a atitude impressionante da nossa equipa pela forma como reagiu à desvantagem madrugadora e aos três penaltis sonegados.

P.S.2. Quanto aos acontecimentos da madrugada antecedente ao derbi, deixo também a minha opinião, porventura politicamente incorrecta. Enquanto as vítimas da violência forem apenas os próprios adeptos da violência... temos pena, mas não muita. Tratam-se de energúmenos que combinam encontros para andar à porrada. Que o façam sem provocar estragos ou danos a terceiros.





segunda-feira, 17 de abril de 2017

CRESCENTE VERMELHO




Que bela Páscoa! Vitória do Benfica com excelente exibição e o Porto a escorregar na Pedreira, deram-nos uma jornada à maneira! 

Em termos práticos, a vantagem de três pontos que temos agora significa apenas que ganhámos uma folgazinha que antes não tínhamos. Em termos anímicos e motivacionais, implica algo mais. Aos portistas, que somam três empates nos últimos quatro jogos, aumenta-lhes a desconfiança. Desperdiçaram duas oportunidades para assumirem a liderança. Já nós, sentimos reforçada a nossa esperança. Faremos um final de época com grande pujança! 

São vários os sinais que apontam para um crescente vermelho no tom da Primeira Liga 16/17. Ou muito me engano, ou isto promete: O regresso do Grimaldo, o melhor a atacar pelo seu lado. A crescente influência do Rafa, com a sua acção desequilibradora. E o Jonas a apurar a veia goleadora. Temos a felicidade de contar com um plantel recheado de excelentes jogadores, mas estes três - cada um na sua função - destacam-se dos demais. O Grimaldo é muito consistente a defender e uma arma temível a atacar. O Rafa é um fora-de-série. Tem tudo para vir a ser um dos jogadores mais aclamados na nova Luz. Sei que ainda há quem duvide... tenham só mais um pouco de paciência e vão ver. Quanto ao Jonas, não é preciso argumentar, pois não?

A recepção do Benfica ao Marítimo reveste-se de uma curiosidade estatística. Pela primeira vez na época, à 29ª jornada!, o Rui Vitória pôde repetir um Onze. Acresce que foi apenas o segundo jogo (corrijam-me se estiver enganado) em que pudemos contar com o Grimaldo, o Rafa e o Jonas de início. Se não houver nenhum azar esta semana (esperemos que o Jonas recupere rápido), poderemos apresentar em Alvalade aquele que, hoje por hoje, é o Onze mais forte na opinião do mister, pelo terceiro jogo consecutivo. O contributo desta continuidade para a qualidade exibicional é óbvio, quer pela melhoria do entrosamento da equipa, quer pelo aumento da auto-confiança dos eleitos.


O JOGO
Gostei muito da nossa primeira parte frente ao Marítimo. Na segunda, gerimos e gerimos bem. Ao longo dos primeiros 45' apresentámos o que este Benfica tem de melhor na fase ofensiva - a variedade de processos e a busca de todos os caminhos para chegar à baliza contrária. Atacámos pelos corredores laterais e atacámos pelo centro. Procurámos o jogo combinativo com tabelas curtas (Pizzi, Rafa e Jonas) e explorámos as iniciativas individuais (Salvio, Rafa e Grimaldo). Entrámos na área com a bola controlada e rematámos de fora. Se por um lado se torna mais difícil atingir a perfeição em cada tipo de movimento colectivo, por outro esta alternância de acções dificulta imenso a vida de quem defende. É virtualmente impossível que consigam fechar todos os caminhos em todas as jogadas.

Criámos várias situações de perigo relativo, com remates à figura do GR e um lance que quase dava auto-golo do Raúl Silva (prenúncio), mas não estava fácil penetrar na muralha recuada dos insulares. No entanto, a constância dos nossos ataques e a já referida variabilidade do nosso jogo ofensivo provocaram enorme desgaste ao adversário. Foi assim que aos 34', numa das várias arrancadas estonteantes do Rafa pela esquerda, o Luís Martins acaba por introduzir a bola na própria baliza, impedindo o Mitroglou de facturar. O Mitro que, diga-se de passagem, se revelou bastante desinspirado na finalização. Oxalá tenha poupado os golos para Alvalde. Nem dois minutos volvidos, nova acção do Rafa pela esquerda, combina com o Pizzi - sublime no passe para o Jonas - e finalização perfeita do Pistolas num remate rasteiro ao primeiro poste. Lindo golo! A fechar a primeira parte, fechámos a contagem com mais um golo na sequência de um canto, com o Jonas a bisar à matador! 



Na segunda parte, assistimos a um exercício de controlo e gestão por parte do Benfica, ainda assim com criação de várias oportunidades. Destaco apenas mais um lance genial do Rafa, aos 66', em que arranca ainda no nosso meio-campo pelo corredor esquerdo e assiste o Salvio na perfeição. Infelizmente, o Toto desequilibrou-se ao tentar finalizar com o pé esquerdo.

Já o disse várias vezes e não me canso de repetir: tão importante como criarmos oportunidades e fazermos golos é não concedermos oportunidades ao adversário. Em ambas as vertentes, o nosso jogo com o Marítimo foi quase perfeito. Sofremos um pequeno susto por causa duma parvoíce do Ederson na primeira parte e houve uma situação com algum perigo na segunda. De resto, controlo total. Os defesas e o Fejsa estiveram bem, como de costume, com o Nelson menos exuberante e o Grimaldo a aparecer. O Pizzi beneficiou de mais espaço que o habitual e fartou-se de distribuir amêndoas e ovinhos da Páscoa pelos colegas. O Salvio desgastou muito a defesa contrária, no seu estilo habitual de um-contra-todos. Também tem a sua utilidade, ainda que por demasiadas vezes desperdice melhores opções. Os destaques vão obviamente para o Jonas, pelos dois golos que marcou e também para o Rafa pelo pânico que causou.





      Faço minhas as palavras do Capitão
     ... e esperançoso!


quinta-feira, 13 de abril de 2017

SEJA FEITA A NOSSA VONTADE



Pai Cosme que estais nos Céus, glorificado seja o vosso nome
Venha a nós o vosso Ideal, seja feita a nossa vontade
Assim nos campos como nos pavilhões
A vitória nossa de cada dia, nos dai hoje.
Perdoai as distracções dos nossos defesas, assim como as falhas dos avançados.
Não nos deixeis cair para segundo, mas ajudai-nos a ganhar o Tetra!
Força Benfica!


Avé Eusébio, cheio de graça
O Benfica é convosco
Bendito sois vós entre os Futebolistas
E bendito é o vosso legado, manto sagrado.
Mário Coluna, eterno Capitão
Rogai pelos nossos jogadores
Agora e na hora da decisão
Força Benfica!


Inspirado pela quadra religiosa que se celebra por estes dias, e uma vez que a minha religião é o Benfiquismo, ofereço estas preces aos nossos deuses. Que nos ajudem a fazer o que ainda não foi feito!

Numa perspectiva mais terrena, nós temos de fazer a nossa parte, apoiando a equipa do primeiro ao último minuto. Temos de ficar unidos e dar aos nossos jogadores aquele acréscimo de força que faz a diferença nos momentos difíceis. Vamos mostrar, como acabou de dizer o nosso mister, que estamos vivos e bem vivos! Esteve fortíssimo, o mister.

Confio nas decisões do Rui Vitória e sei que apoiaremos de igual modo todos os que jogarem. Se fosse eu a escolher, amanhã começávamos assim:






Nada de especial a assinalar, a não ser as opções para as alas. O Carrillo dá mais criatividade e soluções diferentes do Salvio, gostava de o ver de início. Insisto no Rafa, porque precisa de confiança e continuidade para atingir o seu imenso potencial.












Com estes ou com outros, todos juntos, vamos fazer a História Que Falta Contar:


segunda-feira, 10 de abril de 2017

FALTAM SEIS!




Jogo sofrido com final feliz. A primeira das sete  finais foi ultrapassada com sucesso, apesar das dificuldades. O melhor do nosso jogo de ontem com o Moreirense foi mesmo o resultado, que nos permite manter o primeiro lugar faltando agora menos uma jornada para o fim. É inegável que a nossa exibição foi fraquinha e acabámos por ter a sorte do jogo, pois não faltaram ocasiões para o Moreirense marcar. 

Compreendo que nem sempre seja possível jogarmos com a qualidade que sabemos que a nossa equipa tem. Porque os campos são apertados, porque os adversários lutam muito, porque nem sempre os artistas estão inspirados... e porque o futebol é mesmo assim. Mas no jogo de ontem, pior do que os golos que não marcámos e as ocasiões que não criámos, foi a quantidade de oportunidades que concedemos ao Moreirense! Acho que a pressão descoordenada da nossa linha da frente é uma das principais causas do volume de jogo que permitimos ao adversário. Só por manifesta falta de classe na finalização dos jogadores do Moreirense não sofremos um ou dois golos que, a terem acontecido, muito provavelmente nos teriam arredado do primeiro lugar. Mas pronto, este já está! Agora temos de subir de nível para não ficarmos tão expostos à sorte e à falta de pontaria dos adversários nos próximos jogos.

Do Onze escalado, regista-se com agrado o regresso do Grimaldo e do Fejsa aos jogos da Liga. Não estão ainda no seu melhor, mas o jogo de ontem terá servido para ganharem pedalada para os que se seguem. Há no entanto uma questão que me deixou intrigado: Se era suposto o nosso extremo-direito explorar tantas vezes o corredor central, não teria sido preferível utilizar o Zivkovic ou o Carrillo de início? Qualquer um destes dois é mais esclarecido e mais criativo do que o Salvio no jogo interior. A vantagem comparativa do argentino é precisamente no jogo exterior, nas acções clássicas do extremo que corre pela linha lateral. Também me pareceu que o Jonas esteve demasiado tempo em jogo, considerando a pouca produção que teve. Por outro lado, sabemos que a qualquer momento pode ter um lance de génio e fazer a diferença. Mas ficámos bem mais fortes com sua saída e a entrada do Samaris.

Quanto ao árbitro, é verdade que o Luisão podia ter visto vermelho naquela entrada sobre o Boateng, mas o Tiago Martins também podia ter mostrado vários amarelos e segundos amarelos aos jogadores do Moreirense.

Faltam quatro dias para a próxima final. Que seja uma Sexta-Feira Santa...Diabólica. No Inferno da Luz!




quinta-feira, 6 de abril de 2017

DESCONCENTRADOS, MAS APURADOS




A quantidade de alterações. A ressaca do clássico. A vantagem da primeira mão. Tudo isto contribuiu para uma exibição desgarrada e com demasiadas falhas de concentração por parte do Benfica. Mas pronto, foi alcançado o objectivo e estamos no Jamor! O jogo pode ter sido muito entretido para espectadores neutros, mas eu não gosto nada de ver a nossa equipa sofrer tantos golos e conceder tantas oportunidades, mesmo que o desfecho seja positivo.

Eram esperadas muitas alterações no nosso Onze, em que a maior surpresa terá sido a ausência do Jonas. A linha da frente apresentada, com Carrillo, Cervi, Rafa e Zivkovic permite muita mobilidade e criatividade no último terço, mas carece de objectividade na finalização. Todos estes artistas são mais propensos a assistir do que a "matar" as jogadas. E foi isso que fomos vendo ao longo dos primeiros trinta minutos. Muito dinamismo ofensivo, grande capacidade para encontrarmos espaço na defesa estorilista  em tabelinhas ou em acelerações, criação de oportunidades flagrantes e... desperdício das mesmas. Talvez tenha sido a quantidade de oportunidades que criámos na primeira meia hora que tenha dado uma errada noção de facilidade, que mais tarde ou mais cedo marcaríamos.

Quem aproveitou as facilidades concedidas foi o Bruno Gomes que perante a passividade do Lindelof, colocou um remate frontal no ângulo da baliza do Júlio César, aos 31'. No entanto, em menos de um cigarro, o Carrillo repôs a igualdade e a nossa vantagem na eliminatória, após mau alívio do GR do Estoril. O resultado ao intervalo deixava o Estoril a um golo de igualar as contas e foi mesmo isso que aconteceu logo nos primeiros segundos da segunda parte. Uma tremenda displicência do André Almeida num passe atrasado para o espaço entre os nossos centrais e golo do recém-entrado Carlinhos. 



A nossa reacção foi rápida e voltámos a criar várias oportunidades. Aos 54', assistimos ao melhor momento da noite com aquela obra de arte do Zivkovic; remate em arco que leva a bola a entrar na gaveta da baliza grande. Eis uma demonstração que a melhor posição do sérvio é partindo da direita. Poucos minutos depois, novo momento espectacular com o chapéu do Carrillo a levar a bola à barra. Se tivesse entrado, este golo teria destronado o do Zivko como o mais belo da noite?

O dois-dois não nos deixava descansados, pois um golo deles tirava-nos do Jamor. As sucessivas desconcentrações da nossa equipa e facilidades concedidas ao adversário aumentavam a intranquilidade nas bancadas. Valeu o golo do Jonas, acabado de entrar para substituir o Rafa. Pensei que finalmente tivéssemos sossego e até pudéssemos acabar por ganhar confortavelmente, mas qual quê! Ainda tivemos muito que penar, pois o Estoril chega ao três-três em mais um lance de passividade da nossa defesa, desta vez com o Lisandro como principal responsável, e Bruno Gomes a bisar. Nos dez minutos finais, não conseguimos controlar o jogo e qualquer das equipas podia ter marcado, com o Estoril muito perto disso num canto aos 90'.




Parabéns aos jogadores do Estoril, que acreditaram sempre que podiam fazer história e levar o clube à segunda Final da Taça de Portugal. Parabéns ao Benfica que alcança a 36ª em busca da 26ª! 

Notas finais

Pela negativa:
- Muita desconcentração e falta de intensidade dos nossos jogadores;
- Falta de eficácia na finalização;
- A lesão do Filipe Augusto. Este rapaz é de cristal?!

Pela positiva:
- A mobilidade e imprevisibilidade do quarteto avançado;
- A quantidade de oportunidades criadas;
- O belo golo do Zivkovic;
- O belo quase-golo do Carrillo;
- O regresso do Grimaldo.

Muito mais importante que a final do Jamor, temos no próximo Domingo a final com o Moreirense, onde esperamos que o Benfica se apresente na máxima força e concentração. Só assim poderemos vencer.



terça-feira, 4 de abril de 2017

UM ONZE RUMO AO JAMOR




Temos de garantir a nossa presença no Jamor! Gostava de ver estes de início:







Um ataque móvel. O Jonas e o Rafa falam a mesma linguagem, vão-se dar bem. 

Criatividade (Carrillo) e acutilância (Cervi) nas alas.


Descansar o Pizzi e dar jogo ao Filipe Augusto. E depois ao Horta e ao Fejsa.



Rever o Grimaldo!






























Carrega BENFICA! Rumo ao Jamor!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

SETE FINAIS COM VISTA PARA O TETRA




Fomos superiores durante mais tempo, criámos mais e melhores oportunidades e a nossa vitória seria o resultado mais ajustado à produção das duas equipas. Como tal, o sentimento dominante que resulta do empate com o Porto é a frustração por não termos aproveitado esta ocasião para alargar para quatro os pontos que nos separam do segundo classificado. O aspecto positivo é que somos por agora a única equipa que só depende de si e que falta menos um jogo para o fim. Faltam-nos sete finais com vista para o Tetra!

Muito se tem falado sobre quem tem o calendário mais difícil nas jornadas que restam. Eu acho que está ela por ela. É verdade que o derby de Alvalade é jogo de tripla, mas as saídas do Porto a Braga, Marítimo e Chaves também não são pêra doce. Para além disso, já ambas as equipas perderam pontos em momentos que não se esperava. Mais do que o teórico grau de dificuldade de cada jogo, os factores decisivos para apurar o vencedor serão a determinação e o estofo de campeão dos candidatos. E aqui, levamos vantagem pois temos um plantel recheado de campeões muito mais habituados a estas andanças. Acresce que chegamos a esta fase da prova ainda com margem de progressão, pela inclusão do recém-recuperado Grimaldo e crescendo de forma do Jonas, bem como o regresso do Fejsa. A luta continua e acredito que temos as armas para vencê-la!



O JOGO
Foi um jogo muito emocionante, bem disputado e com desfecho incerto até ao fim. Houve alternância nos períodos de superioridade, se bem que com vantagem para o Benfica. Também foram cometidos vários erros de parte a parte, nem sempre aproveitados pela equipa adversária, o que aumentou a aleatoriedade do resultado. A equipa que mais quis e mais fez por ganhar foi claramente o Benfica, pena que tenha faltado acerto na finalização das várias oportunidades criadas. O Porto veio à Luz com a preocupação de não perder a sobrepor-se à crença de vencer. Bem notório, desde logo pelo onze inicial em que o NES desfez a dupla de avançados optando pelo Corona na esquerda para formar uma linha de cinco na zona intermédia. Também pela abordagem mais especulativa após terem alcançado o golo do empate se confirma o interesse que tinham nesse resultado. Se dúvidas restassem, bastava ver o anti-jogo do Casillas na reposição dos pontapés-de-baliza. No fim, festejaram. O segundo classificado empata com o primeiro quando só faltam sete jogos e fica satisfeito? Um pouco estranho, não? Pode ser que a esperança que depositam nos compadres de Alvalade se revele infundada...

O Benfica apresentou-se com dois avançados, como esperado. Não faria sentido abdicarmos da nossa micro-estrutura mais forte na frente - a dupla Jonas/Mitro - num jogo que queríamos ganhar. A presença do Rafa no onze não é propriamente uma surpresa, pois tem havido bastante rotatividade na nossa esquerda ofensiva e qualquer das quatro opções era válida. No meio, o Samaris e o Pizzi não jogaram tanto em 6/8 como de costume, mas mais lado-a-lado, com o transmontano a colaborar muito nas tarefas defensivas, o que lhe terá tirado discernimento e espaço para construir. O equilíbrio das contas no meio, perante os três médios (Danilo, Oliver e André André) do Porto foi conseguido ora com descidas do Jonas, ora com o Rafa a flectir para dentro. O pequeno barbudo teve várias acções defensivas determinantes, aparecendo nas costas dos adversários para lhes roubar a bola.

O início do jogo foi espectacular! Bancadas ao rubro, ambiente electrizante e o Tricampeão com uma entrada fulminante! O Nelson Semedo e o Salvio abriram as hostilidades com incursões pela direita que abanaram a estrutura portista. Logo aos 5', o argentino faz uma das suas arrancadas à "arma de destruição maciça", deixa três adversários para trás e entrega na área ao Jonas, que sofre penalti indiscutível. Não gosto de penaltis marcados para o meio da baliza, mas valeu! Os primeiros minutos mostraram um Porto atarantado e um Benfica personalizado. Pena que não tivéssemos aproveitado este período para fazer o segundo. Entretanto, o Porto foi tendo mais bola (consentida?) mas sem criar qualquer perigo e o Benfica passou a explorar as transições rápidas. Numa destas, o Rafa liga o turbo, deixa o Maxi "nas covas" e entra na área em condições de assistir o Jonas ou o Mitro. Infelizmente, continua a faltar-lhe afinação da definição das jogadas. Tivemos ainda um remate frontal do Mitroglou e um cabeceamento do Luisão a rasar a trave. O único sinal de perigo azul foi um livre frontal do Brahimi superiormente defendido pelo Ederson.

Ao intervalo, a vantagem justa embora escassa deixava boas perspectivas para a segunda parte. Mas uma entrada determinada do Porto e alguma desconcentração da nossa parte ditaram o golo do empate aos 50' pelo mini Pereira (mas que mal é que o Benfica fez a este gajo para ele demonstrar tanta raiva nos festejos do golo?!!). Como já referi, o Porto mostrou-se satisfeito com o empate alcançado e não arriscou na busca do golo da vitória. Tiveram apenas mais um lance de perigo em que o Ederson foi soberbo a sair aos pés do Soares isolado na nossa área. Valeu por um golo esta saída do Ederson!

Quanto a nós, reagimos bem e continuámos sempre a carregar. Procurámos vários caminhos, chegámos muitas vezes com perigo ao último terço e tivemos quatro ou cinco bolas na cara do Casillas. Lamentavelmente nem o Jonas nem o Mitro estiveram ao seu nível habitual e não conseguiram concretizar. Globalmente, fomos melhores e por isso o resultado sabe a pouco.

No Estádio, fiquei com a sensação que o árbitro estava armado em Xistra e assinalava falta a favor do Porto em todos os contactos, deixando passar as faltas a nosso favor. Depois de rever o jogo na BTV, faço avaliação positiva da arbitragem. A tarefa era difícil, dado o contexto pré-jogo e a vivacidade com que este foi disputado, mas houve equilíbrio nas decisões. Constatamos agora que ficou por assinalar uma falta sobre o Samaris na confusão que antecede o golo deles, mas, sejamos justos, era difícil de ver.




Algumas apreciações individuais:

EDERSON - Enorme! Pouco trabalho, mas nas duas situações difíceis que teve respondeu à sua altura - a de um dos melhores guarda-redes do mundo!

LUISÃO - Mas será possível que este rapaz continue a jogar ao nível tão elevado que tem jogado esta época?!! Já o disse e repito: por mim, se continuar assim, pode fazer mais 500 jogos de águia ao peito!

SAMARIS - Tem aproveitado a ausência do Fejsa para evoluir na função de médio-defensivo. Está mais assertivo a defender e mais esclarecido a iniciar a construção.

RAFA - Boas acções defensivas, boas arrancadas com bola e... o problema do costume na definição dos lances que ele próprio cria.

JONAS - Boa participação na segunda fase de construção. Faltou-lhe o killer instinct que o caracteriza.

Agora temos de carimbar a passagem para o Jamor. Depois, temos o próximo jogo do título em Moreira de Cónegos. É para ganhar e mais nada!