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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Dr. Jekyll e Mr. Hyde








Os cinco jogadores que correram mais no jogo de ontem são todos do Basileia! Por norma, ligo pouco às estatísticas, pois considero a análise qualitativa muito mais relevante que a quantitativa. Mas quando num jogo de Liga dos Campeões os cinco jogadores que correm mais quilómetros pertencem todos à mesma equipa é sinal de uma enorme diferença na atitude e empenho dos intervenientes.

Numa altura em que parecia que estávamos a retomar o trilho das boas exibições, eis que o Benfica 2017/2018 volta a mostrar a sua face mais negra. A obra de terror de Robert Louis Stevenson - Dr. Jekyll e Mr. Hyde - ilustra bem o que temos observado ao longo dos primeiros dois meses desta época.

Gostei bastante do Benfica que tivemos nos jogos com o Vitória de Guimarães, Braga (na Liga), Chaves, Belenenses e Paços de Ferreira. Foi o nosso Dr. Jekyll, culto e equilibrado. Detestei o Benfica que tivemos com o Portimonense, CSKA, Boavista e Basileia - o horrendo Mr. Hyde! Entre estes dois extremos, ainda que muito abaixo do exigível, tivemos os jogos com o Rio Ave e o Braga (Taça da Liga).


                               Ficha do jogo (aqui)

Perante um jogo tão miserável frente a uma equipa banalíssima não há análise táctica ou técnica, individual ou colectiva, que nos ajude a perceber o que aconteceu. Não vale a pena individualizar culpados quando todos jogaram tão abaixo do que sabemos serem capazes. Tampouco é caso para exigir que rolem cabeças, pois se foi com estes - essencialmente com estes - que chegámos ao inéditoTetracampeonato, também será com estes que vamos dar a volta por cima e chegar ao Penta. Eu acredito!

É inegável que algo de errado se passa. O quê, não sei. Mas é urgente que quem de direito identifique o que é que está a obstruir o rendimento da equipa e tome as necessárias medidas correctivas. O nosso apuramento na fase de grupos da Liga dos Campeões ficou muito complicado, mas não é impossível. O Campeonato está completamente em aberto e não são os cinco pontos de atraso nesta fase que me preocupam. Preocupante é a gritante irregularidade exibicional a que temos assistido.

É imperativo que sejam feitas alterações que conduzam à melhoria do desempenho da equipa e que permitam uma estabilização exibicional num nível mais elevado. Como referi num artigo anterior, não espero que o Benfica jogue sempre bem, mas o patamar mínimo tem de ser muito superior ao que vimos nos piores jogos até agora. 

Longe de procurar bodes expiatórios, proponho que o Pizzi e o Jonas comecem o próximo jogo no banco. São dois jogadores essenciais na nossa manobra ofensiva que se encontram claramente em sub-rendimento (apesar do Jonas apresentar um bom registo de golos). Os colegas, quase instintivamente, procuram-nos sempre, mesmo que eles não estejam bem posicionados, mesmo que não estejam inspirados. É preciso descobrir um caminho alternativo e, neste momento, esse caminho terá de passar por outros protagonistas. Do Rui Vitória, espero a lucidez e a coragem para proceder às mudanças necessárias.

Quanto a nós, adeptos, também temos de estar à altura do momento. Temos de exigir mas sem desunir. Temos de acreditar e continuar a apoiar!


BENFICA SEMPRE!!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

ORA AÍ ESTÁ!

























E ao sétimo dia, descansámos. Quer dizer, à sétima jornada voltámos a ter o Benfica a que nos habituámos! Decidido, dinâmico e esclarecido. Construímos dezenas de ataques prometedores, criámos uma dúzia de oportunidades claras, mandámos três aos ferros e fizemos dois golos. Tão importante como isso, foi não termos concedido ocasiões ao adversário. Se tivermos que apontar alguma coisa, só mesmo a falta de afinação na finalização, que nos impediu de alcançar uma goleada das antigas. Bem vistas as coisas, este foi um jogo muito similar ao Benfica 5 - Belenenses 0 (em Máquina Infernal) da terceira jornada.

Em termos colectivos, apraz-me registar que voltámos a ter aquilo que é indispensável e que tinha faltado nos jogos anteriores: uma equipa ligada, a jogar o mesmo jogo do princípio ao fim. Esta ligação manifestou-se em situações como:

- facilidade e fluidez no início de construção;
- rapidez e acerto nas variações de flanco;
- reação imediata à perda de bola (leia-se Fejsa);
- lucidez a lançar as segundas vagas de ataque.

Em termos individuais, tivemos grandes exibições do Cervi, do Zivkovic e do Fejsa. Para além destes, fico cada vez mais com a ideia que temos em Rúben Dias uma sólida solução para uma das quatro questões que considero cruciais para o nosso sucesso esta época (ver: mercado fechado, questões em aberto). Há bastante tempo que reconheço no Rúben características fundamentais num central, como concentração, posicionamento e grande atitude competitiva. O que me surpreende pela positiva é a rápida evolução que demonstra em termos técnicos na relação com a bola - melhorou imenso nos últimos meses.

Zivkovic - a crescer e a confirmar as expectativas

Foi essencialmente um jogo de sentido único, com o Júlio César a desempenhar o papel de espectador atento. Na primeira meia-hora fomos mesmo avassaladores e podíamos facilmente ter chegado a uma vantagem muito confortável. O Paços apresentou-se com linhas juntas, ainda que não muito baixas - era a nossa acção que os obrigava a recuar para junto da área. Colocava muitos jogadores na zona de pressão, mas nós conseguíamos variar o flanco rapidamente e beneficiar de espaço para atacar pelo corredor contrário. Destaco aqui belos passes longos do Luisão para o André Almeida, do Fejsa e do Pizzi para o Zivko.

Mesmo nos curtos períodos em que não tínhamos a posse de bola, conseguimos sempre condicionar o jogo do Paços e só me lembro de ter apanhado um susto, naquele canto aos 46', cabeceado ao primeiro poste e que saiu a rasar a trave.



É evidente a melhoria registada neste jogo que marca o regresso do Fejsa. Não é novidade para ninguém a influência do Campeoníssimo em toda a manobra da nossa equipa. Não é só pelo que destrói, mas também pelo que permite construir. Este terá sido o factor mais visível e que mais contribuiu para tão grande melhoria. Ainda assim, penso que não seja o único. Noto com muito agrado a evolução do Rúben Dias e o crescimento do Zivkovic. Também o Cervi voltou enérgico como sempre e talvez mais esclarecido que o habitual.

Na antevisão deste jogo dizíamos que estava na hora de virar a página e assim fizemos. Agora, temos de ir à Suíça e abrir o livro!

                               Ficha do jogo (aqui)


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

VIRAR A PÁGINA





Pronto! Já demos o primeiro milho aos pardais, agora temos que tratar da alimentação da águia. Pela primeira vez em muito tempo, temos o departamento médico desanuviado. Que seja o momento de virar a página e iniciar um ciclo de vitórias!

Proponho este Onze para amanhã:



Na segunda parte, se for possível, é tirar o Pizzi, passar o Zivko para a direita e meter o Cervi na esquerda. Tirar o Jonas e meter o Gabriel.

Acredito que vamos jogar melhor e encetar a recuperação. Nas bancadas, temos de fazer a nossa parte. Porque juntos somos mesmo mais fortes!

CARREGA BENFICA!!


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Sinais de retoma




O resultado foi mau e a exibição ainda não foi boa, mas... notei alguns sinais animadores no Benfica 1 - Braga 1, de ontem à noite. Vi uma equipa mais ligada e mais consciente do que tem a fazer. Vi novas soluções colectivas e individuais que nos serão muito úteis. Voltei a ver uma equipa unida em busca dum objectivo comum. 

Nem tudo foram rosas, obviamente. Ainda se nota alguma falta de confiança, o estado emocional da equipa não é o melhor. E é aqui que nós entramos na equação. Nós, adeptos, temos a obrigação moral de ajudar a equipa a ultrapassar esta fase negativa. Temos de injectar confiança e mostrar que acreditamos nos nossos jogadores! Foram eles que nos deram o Tetra e só eles nos poderão dar o Penta. Este é o momento de fazermos a balança pender para o nosso lado - juntos somos muito mais fortes!

Para além de estreias e regressos, o jogo de ontem mostrou-nos um Benfica num sistema diferente do habitual, em 4-2-3-1. Samaris e Filipe Augusto em duplo-pivot, Krovinovic a 10, Gabriel pela direita e Rafa pela esquerda. Raúl a fazer toda a frente de ataque. Gosto! É um plano B muito interessante que poderá ser utilizado quando o Jonas não for titular. Com o Pistolas, é "obrigatório" mantermos o 4-4-2.


AS ESTREIAS
A estreia absoluta do Krovinovic confirmou que se trata de um jogador de técnica refinada, inteligente e trabalhador. Será uma questão de tempo (pouco, espero) para ganhar mais entrosamento com os colegas e um lugar na equipa. O Pizzi poderá voltar à direita.

O Rúben Dias - estreia na Luz - comprova ser um jogador com forte mentalidade e enorme potencial. Para mim, já é o terceiro central e até poderá manter a titularidade.
O Gabriel - estreia a titular - também deu boas indicações, pena que o golo marcado não tenha contado. É rápido, tem bom toque e preocupa-se em jogar para a equipa. Ainda que tenha sido pouco utilizado no Inter, nota-se que a experiência no futebol italiano lhe fez bem.


OS REGRESSOS
É completamente diferente termos o Júlio César na baliza! Pela facilidade de saída, pela segurança que transmite aos colegas da defesa (e a todos nós). É incomparavelmente melhor. Espero bem que isto também seja claro para o Rui Vitória.

O Jardel - já sabemos - é o nosso central mais rápido e que dá mais profundidade à defesa. No golo sofrido, fico com a ideia que podia ter feito melhor. No golo marcado, foi determinante. Mais dois joguitos e teremos o nosso guerreiro de novo em forma.
Também de regresso à titularidade, tivemos boas exibições do Eliseu e do Rául, com mais um golo. 


Gostei dos primeiros vinte minutos, terão sido do melhor que fizemos nestes últimos jogos. Pressão forte, com as linhas subidas, boas iniciativas a explorar os flancos (mais pela direita, com o Gabriel), recuperação rápida da bola e boa circulação. Agora é preciso é prolongar o tempo de jogo com esta dinâmica. Globalmente, primeira parte aceitável, se bem que na segunda metade permitimos muitas aproximações do Braga à nossa área.

A entrada na segunda parte também não foi má e podíamos ter feito o 2-0, no lance do Gabriel aos 51'. Mas, com o passar do tempo e em vantagem mínima, os fantasmas recentes foram-se apoderando da equipa. O Braga, com mérito próprio e com a ajuda do árbitro, criava algum perigo sobretudo em lances de bola parada. Os nossos voltaram a acusar muito nervosismo e falta de confiança, cometendo erros mesmo em situações simples. 


É nestas alturas que nós temos de entrar em campo e dar o nosso contributo. A qualidade está lá, a vontade está lá. Falta o nosso colinho!

Acabámos por sofrer (mais) um golo de bola parada, em mais uma lamentável prova da lei de Murphy, num jogo em que me parece que o resultado mais justo seria 1-0 a nosso favor. Arbitragem manhosa, com gritante dualidade de critérios em nosso prejuízo. Admito que o lance do golo do Gabriel era difícil de ajuizar, e já se sabe o que dizem as regras...em caso de dúvida, é contra o Benfica!




Agora, é preciso confirmar os sinais de retoma e voltar às vitórias no jogo da Liga.
Sábado, todos à Luz! Só juntos podemos vencer!


terça-feira, 19 de setembro de 2017

Oportunidade de melhoria




Este é aquele tipo de jogos "só pra malucos", como costumo dizer. Joguito de Taça da Liga, a meio da semana e a horas impróprias, ainda por cima dá em canal aberto. Isto, depois de duas derrotas consecutivas e três exibições paupérrimas. Terceiro anel fechado e menos de vinte mil na Luz. Lá estarei, claro.

Parece uma excelente oportunidade para fazer alterações na equipa e testar novas soluções. Por outro lado, convém resistir à tentação de mudar muitos jogadores ao mesmo tempo. Normalmente, isso torna mais difícil um desempenho colectivo favorável ao aparecimento de novas soluções individuais.

Então, num misto de continuidade e teste de novas soluções, proponho o seguinte:



- devolver a baliza ao Júlio César.
- mudar pouco na defesa, apenas poupar o Grimaldo.
- testar a solução Samaris, Krovinovic e Pizzi, com este a falso extremo/terceiro médio.
- o Zivko está a crescer, é dar-lhe moral.
- poupar o Jonas e testar a outra dupla de avançados, Raúl e Gabriel.

Depois, se for convocado, gostava de ver o Douglas. E também o Diogo Gonçalves.


Entretanto, confirmámos hoje que também a nossa Economia é tetracampeã, com lucro pelo quarto ano consecutivo! Maior receita (253,5M€) e maior resultado (44,5M€) de sempre!

Este é um momento muito importante no sentido de avançarmos para o próximo patamar. Voltaremos ao tema.

SAUDAÇÕES GLORIOSAS!

domingo, 17 de setembro de 2017

No Bessa com pouca cabeça
























Agora já não adianta nada chorar pelos que saíram nem reclamar pelos que não entraram. Os que cá temos são suficientemente bons para jogarmos muito melhor do que temos visto nos últimos jogos. O que é necessário é que sejam identificadas as razões para este sub-rendimento e tomadas as medidas necessárias.

Ontem, a primeira parte até não foi má de todo. Marcámos cedo (mais uma assistência do Zivkovic, mais um golo do Jonas), tivemos muita posse de bola, construímos bastantes ataques, fizemos alguns remates perigosos e não passámos por grandes calafrios. 

Inexplicavelmente, a segunda parte voltou a mostrar-nos um Benfica confuso, inseguro, desconfiado de si próprio e pouco determinado. O primeiro golo do Boavista é exemplo disso. O segundo golo do Boavista é um azar do Varela que até pode acontecer aos bons guarda-redes...

Marcar primeiro e depois sofrer dois golos perante uma equipa claramente inferior (tal como aconteceu terça-feira com o CSKA) é sinal de falta de controlo. Táctico e emocional. As saudades que eu tenho de ver a equipa a "passar para trás e para o lado" durante largos minutos de jogo, obrigando o adversário a correr atrás da bola sem a cheirar. (Aqueles que assobiam nessas situações bem podem agora bater com a cabeça na parede).

Sem Fejsa, são evidentes os nossos problemas no eixo central. O Filipe Augusto passa bem mas não tem as rotinas de trinco. O Pizzi desgasta-se muito em acções sem bola e depois falta-lhe energia e discernimento para organizar os ataques. O Jonas, apesar dos golos (oito em oito jogos), parece-me menos inspirado e menos esclarecido naquele jogo de tabelinhas que o caracteriza. O Seferovic acaba por ser mais vítima do que réu dum processo ofensivo mal definido. O Salvio, já se sabe, decide sempre enfrentar o(s) adversário(s) directo(s). Nos jogos em que consegue ultrapassá-lo(s) sessenta ou setenta por cento das vezes acaba por dar golos e assistências. Quando não, é um desperdício de tempo e energia para toda a gente. Acresce que este ano não tem um companheiro (lateral-direito) que seja, ele próprio, um desequilibrador na frente.

Mais uma vez, acabámos com muitos jogadores na frente a atrapalharem-se uns aos outros, muita gente fora da sua posição, muita sofreguidão e falta de "cabeça". Isto é precisamente o contrário daquilo que nos permitiu chegar ao golo tardio em Chaves, por exemplo.

Os cinco pontos de atraso nesta fase do campeonato não comprometem, mas preocupam. Sobretudo porque decorrem de erros próprios e falta de capacidade para reagir rapidamente a situações adversas. Pior que o atraso na classificação, é a fragilidade na exibição.

Segue-se a estreia na Taça da Liga, na próxima quarta-feira. Frente ao Braga na Luz, teremos oportunidade de testar novas soluções que poderão mostrar novos caminhos para o Benfica 2017/2018. Vamos a isso!


                               Ficha do jogo (aqui)



quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Muito pouco e muito mal(lenco)

























Péssima entrada do Benfica na Liga dos Campeões com o desperdício de três pontos fundamentais. Mesmo que ganhemos na Rússia, já não vamos conseguir fazer os quatro pontos necessários frente  ao CSKA. Torna-se assim obrigatório somarmos seis com os suíços.

Faltou Benfica no jogo de ontem. Faltou-nos velocidade, criatividade, confiança e tranquilidade. Sobrou-nos ansiedade, passividade e muita confusão. Faltou também um árbitro decente. Para além dos dois penaltis perdoados ao CSKA e do penalti mal assinalado ao André Almeida, toda a atitude do árbitro Mallenco denotou uma tremenda má-fé contra o Benfica. Mas o que é que este filho da puta deste espanhol tem contra nós?!

Os russos fizeram a parte deles, nada a dizer. Sempre que perdiam a bola baixavam para junto da sua área num bloco compacto de oito elementos. Arriscaram pouco e petiscaram muito - culpa nossa. Precisávamos de fazer um jogo de paciência, com boa circulação de bola, obrigando o adversário a bascular continuamente. Precisávamos de escolher os momentos certos para fazer os passes de ruptura. Precisávamos de asfixiar os russos recuperando imediatamente a bola e lançando novos ataques. 

Só muito a espaços fizemos o que devíamos. Até criámos algumas ocasiões, o problema foi a falta de consistência e de continuidade do nosso jogo. Tivemos pouco Pizzi e muito pouco Jonas (eu bem que tinha pedido banco para o Pistolas). Sabemos bem como o nosso jogo se ressente quando esta micro-estrutura não funciona em condições. Há que explorar outras soluções, nomeadamente passar o Pizzi para a direita - onde terá mais tempo e mais espaço para construir - e dar mais músculo ao meio campo (com Samaris), ou mais criatividade (com Krovinovic, este não inscrito na UCL).

Voltei a ver coisas que não têm sido habituais nos últimos anos e das quais não tinha saudades nenhumas: os nossos jogadores a reclamarem uns com os outros; "cachos" de quatro ou cinco jogadores no mesmo metro quadrado; avançados a "esquecerem-se" de recuperar a posição, ficando para lá da linha defensiva adversária; iniciativas individuais em desespero e obviamente condenadas ao fracasso...Enfim, não são situações normais numa equipa com esta experiência e qualidade. A saída do plantel de elementos tão importantes não justifica tudo. Os que cá estão são capazes de fazer muito mais do que aquilo que vimos nos últimos três jogos - a prova está nos quatro jogos anteriores.

Mais uma vez, terminámos o jogo em evidente desespero, como se comprova pela composição final da nossa linha recuada com Salvio, Luisão, Almeida e Zivkovic. Não foi bom que a estreia do Gabriel se tivesse verificado num contexto tão desfavorável. A entrada do Rafa aos 89' também não faz qualquer sentido. Há muita matéria para o Rui Vitória reflectir.

Num jogo tão desinspirado e com a equipa tão desligada, torna-se ingrato fazer apreciações individuais. Ainda assim, destaco pela positiva o Varela, o Luisão, o Grimaldo e o Zivkovic. 

Não exijo nem espero que consigamos jogar sempre ao nosso melhor nível. Mas é absolutamente obrigatório que o nível mínimo seja muito mais elevado. Temos matéria-prima e inteligência para fazer muito melhor. 'Bora lá fazer muito melhor!


                               Ficha do jogo (aqui)


Agora, é ganhar no Bessa e mais nada! 


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

VÊM AÍ OS RUSSOS






















Recebemos amanhã o CSKA de Moscovo na jornada inaugural da Liga dos Campeões 2017/2018. Os russos têm uma equipa experiente com muitos jogadores da selecção e habituados a estas andanças. Mas nós temos mais argumentos e, se jogarmos próximo do que somos capazes, havemos de vencer.

O sorteio dos grupos foi... assim-assim. Beneficiámos da protecção de pertencermos ao pote 1, mas sabíamos que do pote 2 só podia vir tubarão (excepto o Sevilha). Veio o Manchester United. No pote 3 o brinde era o Anderlecht, mas não se pode dizer que nos tenha saído a fava. Nápoles, Olympiakos, Tottenham ou Liverpool seriam adversários teoricamente bem mais difíceis que o Basileia. Já no pote 4, não tivemos grande sorte. Pior que os russos, só os alemães do Leipzig.

Temos que nos habituar a considerar que o objectivo mínimo do Benfica europeu é o apuramento na fase de grupos. Este grupo permite-nos encarar com razoável optimismo a possibilidade de alcançarmos este objectivo pela terceira época consecutiva. Também sabemos que chegando aos oitavos-de-final ficamos muito dependentes do sorteio. Mas se lá chegarmos com frequência, algumas vezes havemos de passar.

O alinhamento dos jogos no nosso grupo deu-nos a ligeira vantagem de começarmos e terminarmos em casa, defrontando precisamente aqueles que serão, em princípio, os nossos adversários directos pelo apuramento: russos e suíços. Como tal, a vitória sobre o CSKA na Luz assume carácter de obrigatoriedade.

O CSKA tem dois jogadores que aprecio bastante: o GR Akinfeev (em tempos pensei que poderia vir a pertencer ao Top 3 mundial); e o médio criativo Dzagoev (tem muita qualidade, mas desempenhos inconstantes). Os defesas são muito experientes, talvez experientes "demais", como os irmãos Berezutskiy (35 anos) e Ignashevich (38 anos). Uma das nossas armas para amanhã poderá ser uma forte pressão sobre a linha defensiva russa, explorando alguma lentidão e falta de agilidade dos defesas.

Estou certo que a atitude e energia da nossa equipa neste jogo será muito diferente, para melhor, do que perante o Portimonense. Por muito que não se queira, não há jogador que não sinta uma adrenalina especial num jogo de Champions. E é humanamente impossível manter exactamente o mesmo registo ao longo de cinquenta jogos numa época. O que é importante é que o nível "mínimo" não deixe de ser elevado. Bom, mas o jogo do Portimonense já lá vai. Terá sido um epifenómeno...

Avancemos então para o Onze do Benfica para amanhã. Proponho o seguinte:


Com o Júlio César em condições, opto pela sua segurança e experiência.

O Grimaldo já está apto, mas a a paragem foi prolongada. Mantenho o Eliseu.

O Samaris fez um mau jogo sexta-feira, mas costuma melhorar quando faz vários jogos consecutivos.

A ala esquerda está a precisar de "sangue novo". Dou esta oportunidade ao Rafa. O Salvio faz a diferença em velocidade e intensidade, este é jogo para ele.

Uma frente de ataque pressionante e com muita mobilidade. O Jonas saiu tocado no último jogo, convém não abusar.



Assim, no banco teríamos jogadores com capacidade para entrar e ajudar a equipa, conforme o "andar da carruagem". Nomeadamente, Grimaldo, Felipe Augusto, Cervi, Jonas e Gabigol. 

Bora lá BENFICA!! Ganhar! Ganhar!

sábado, 9 de setembro de 2017

Safámos a onça!



























Ontem vi coisas na nossa equipa a que não estou habituado e espero não voltar a ver tão depressa. Excesso de confiança, facilitismo e a crença que o jogo se podia resolver com pouco esforço. Foi essa a atitude geral na primeira parte e depois foi necessário um esforço acrescido e pouco esclarecido na segunda.

A primeira explicação que me vem à mente para um jogo tão abaixo do normal - terá sido dos mais fracos dos últimos tempos, comparável talvez ao do Bonfim num momento muito difícil da última época - é a proximidade do jogo da Liga dos Campeões. Juntamente com a pouca cotação do Portimonense e algum desgaste pelas idas às selecções, a enorme expectativa gerada nos jogadores pela proximidade da Champions terá desviado a energia necessária para este jogo. Mas é uma explicação inaceitável, o Penta não pode deixar de ser o foco em cada jogo do campeonato!

PRIMEIRA PARTE FRAQUINHA
Foi frequente vermos o portador da bola a abrir os braços por não ter opções de passe, porque os colegas não se desmarcavam. Foi frequente vermos os nossos jogadores a abusarem da confiança na sua capacidade técnica, esquecendo-se de correr tanto ou mais que os adversários. Foi inadmissível a quantidade de duelos perdidos, no choque e na corrida. Foram muitas as manifestações de desconcentração, como erros básicos no passe e na recepção. Na primeira parte valeu-nos o Luisão, o único que parecia levar o jogo a sério.


SEGUNDA PARTE NERVOSA
Sofrer o golo cedo no reatamento foi o melhor tónico que podíamos ter. E a entrada do Salvio também trouxe mais energia, que nos permitiu empatar logo a seguir. Ganhámos qualidade na construção com a entrada do Filipe Augusto aos 62' - belos passes longos a mudar de flanco! - e ainda mais acutilância com a entrada do Raúl aos 72'. Nesta altura, jogávamos com Samaris a central (ontem não foi um bom exemplo, mas acredito nesta solução), o Zivkovic a lateral-esquerdo, e Jonas, Seferovic e Raúl na frente! Não se pode acusar o mister de não ter arriscado...

Não obstante a clara mudança de atitude, a segunda parte mostrou-nos uma equipa nervosa, precipitada e desligada. Jogávamos aos repelões e sentia-se que só num lance individual ou de bola parada podíamos chegar à vantagem. Acabou por ser com um golo espectacular do improvável André Almeida, num lance em que me pareceu que quis cruzar mas que ele garante ter sido intencional. Bem haja! Ainda restaram quinze minutos de sofrimento e um golo bem anulado ao Portimonense pelo vídeo-árbitro aos 88'. 

Enfim, safámos a onça e sacámos os três pontos, que é o principal. Não gostei que a equipa tivesse feito poupança de energia para o jogo com o CSKA (se é que foi isso que aconteceu), mas pelo menos que tiremos os dividendos terça-feira e entremos na Liga dos Campeões a vencer!

domingo, 3 de setembro de 2017

Mercado fechado, questões em aberto




Precisamos muito que sejam afirmativas as respostas às seguintes questões que ficaram em aberto após o fecho do mercado:

1) Será o Svilar, apesar dos seus dezoito aninhos, um prodígio das balizas?

2) Será o Douglas um lateral competente a defender e diferenciado a atacar?

3) Teremos em Kalaica ou Rúben Dias centrais já capazes de nos dar a segurança necessária na ausência do Jardel ou do Luisão?

4) E a mais importante de todas: será o departamento médico, juntamente com a equipa técnica, capaz de diminuir a ocorrência e duração de tantas lesões? 

Estas são, quanto a mim, as questões cruciais cuja resposta terá de ser "SIM!", no decorrer das próximas semanas e meses por forma a mantermos intactas as nossas ambições para esta época.

1) Aprofundemos estes temas, começando pela baliza. Todos sabemos que o Júlio César sofre de problema crónico nas costas e terá de parar várias vezes ao longo do ano, mesmo que não tenha outras lesões. Precisamos então de olhar para o segundo guarda-redes do Benfica não como quem olha para um guarda-redes suplente mas para um titular. O Bruno Varela, já o disse e mantenho, tem pontos fracos que dificilmente serão corrigidos no curto prazo. Não é dominador do espaço aéreo e não é decidido a sair dos postes. Poderá evoluir ao longo da sua carreira, mas entretanto vai cometer muitos erros - não nos podemos dar a esse luxo, com a baliza não se brinca!

Resta-nos então esperar que o jovem belga seja mesmo um prodígio - algo raro mas que às vezes acontece - e esteja capaz de assumir a defesa das redes do Glorioso aos 18 anos. Vale o que vale, mas tenho um bom feeling em relação a este.



2) O André Almeida é um jogador regular e muito útil no nosso plantel. Mas quem passa tanto tempo como nós a atacar precisa que os laterais também sejam desequilibradores lá na frente, tipo Grimaldo e Semedo. Manifestamente, não é o caso do André. Por conseguinte, é fundamental que o Douglas seja competente e concentrado a defender, mas também criativo e influente na manobra ofensiva. O rapaz ter chegado ao aeroporto de Lisboa a responder em castelhano mal amanhado a uma pergunta em português, sendo ele brasileiro...não abona muito a favor da sua inteligência. Vale o que vale, mas não tenho grande feeling em relação a este. O plano C seria baixar o Salvio para lateral.



3) O Luisão e o Jardel têm qualidade mais que comprovada e suficiente para dar resposta às dificuldades que nos esperam. Aqui a dúvida é sobre a condição física, principalmente do Jardel. O Lisandro é bom rapaz e até tem mais qualidade que os colegas no início de construção, mas falha demasiado. Um central não pode. O Kalaica e o Rúben têm enorme potencial, mas será que já estão prontos? O plano C seria baixar o Samaris para central.


4) Finalmente, a questão mais importante e que mais preocupações nos tem causado - as lesões. Os meus parcos conhecimentos de medicina desportiva não me permitem identificar causas, muito menos apontar culpados. Mas é por demais evidente que a quantidade e duração das nossas lesões está muito acima da média e não podem ser explicadas apenas por azar. Algo tem de ser feito para normalizar esta situação.


Confesso que gostava de me sentir mais confortável com o desenho do nosso plantel após o fecho de mercado. Obviamente, mantenho toda a confiança na conquista do Penta e não regatearei o apoio incondicional à nossa equipa do primeiro ao último segundo de cada jogo, jogue quem jogar. As questões que referi acima serão respondidas por todos ao longo das próximas semanas e meses.




Não, não me esqueci de referir o Gabigol. Simplesmente não considero uma questão tão crucial como as anteriores. Mesmo que o seu rendimento não seja espectacular (e acredito que será), estamos muitíssimo bem servidos lá na frente com Jonas, Raúl e Seferovic. Se este Gabriel render golos e assistências, então sim, será uma enorme mais-valia. E já agora, obrigado Mitroglou! Tenho pena de ver sair o nosso grego goleador, mas...é a vida!



Fiquemos então com a composição final (até Janeiro) do nosso plantel principal:



                                                Seferovic
Raul
 Gabigol
Jonas
J.Carvalho
         Cervi                                                      Pizzi                                                 Salvio
         Rafa                                                      Krovinovic                                          Zivkovic
         Willock                                                   Chrien                                               D.Gonçalves
                                                                                                                
Fejsa
Samaris
F.Augusto
       Grimaldo                           Jardel                                Luisão                             A.Almeida
       Eliseu                              Lisandro                            R.Dias                             Douglas
                                             Kalaica                                                             
                                                                   J.César
                                                                M.Svilar
                                                                B.Varela