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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

RETOMAR O NÍVEL


Já se sabia que a qualidade do nosso jogo ia baixar de nível devido à ausência do Krovinovic. A minha esperança era que, ainda assim, conseguíssemos manter um nível suficientemente elevado para prolongarmos a série de vitórias. Infelizmente não foi o caso. Poder-se-á dizer que fizemos o suficiente para ganhar o jogo, atendendo a que desperdiçámos um penalti e outra ocasião de baliza aberta, mas de facto não foi o suficiente.

Comparativamente com os jogos anteriores, perdemos fluidez na circulação, esclarecimento na construção e frieza na finalização. Perdemos muitas bolas por precipitação nos passes, por tentarmos chegar demasiado depressa ao último terço. Em termos defensivos também não estivemos tão fortes como tem sido habitual recentemente e, principalmente na primeira parte, permitimos que o jogo ficasse excessivamente dividido.

Será que esta quebra de rendimento se deve à substituição do Krovi pelo João Carvalho? Essencialmente, sim. A diferença de qualidade individual é actualmente muito acentuada. O João não fez um jogo acima nem abaixo daquilo que eram as minhas expectativas iniciais. Terá de melhorar bastante e muito rapidamente para que nos ajude a recuperar o nível que já tínhamos atingido. Tem de se mostrar mais ao portador da bola oferecendo linhas de passe simples e seguras nas fases iniciais de construção. Tem de perceber que muitas vezes é melhor passar para trás ou para o lado, em vez de procurar sempre o passe de ruptura, de aceleração. E tem de ser muito mais participativo e influente em organização defensiva. 

Mas também precisamos que os restantes elementos consigam suprir colectivamente a diferença de qualidade individual entre o João e o Krovi.

A segunda alternativa parece ser o Zivkovic. Fica a ideia que nos trinta minutos em campo conseguiu ser mais influente do que o João Carvalho nos sessenta, mas não sabemos se teria sido assim caso tivesse entrado de início. Globalmente, jogámos melhor na segunda parte do que na primeira e o sérvio terá beneficiado disso. Mas também contribuiu para tal, nomeadamente com o passe a isolar o Cervi no lance do penalti.

O facto de termos marcado o golo do empate nos últimos segundos não tira o sabor amargo deste resultado. Para todos os efeitos são dois pontos perdidos. Resta-nos esperar pelo fim da jornada para aquilatarmos a extensão completa dos danos sofridos.

Seja como for, isto ainda não acabou! Se conseguirmos retomar rapidamente o nível exibicional anterior, continuo a acreditar que vamos ultrapassar a concorrência. Agora é manter a fé, encher a Luz no próximo Sábado e ajudar a equipa a somar três pontos frente ao Rio Ave. É proibido desistir!


                             Ficha do jogo (aqui)



terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A VIDA SEM KROVI



De acordo com as "casas de apostas" afectas à Família Benfiquista, o João Carvalho é o favorito a assumir o lugar aberto pela lesão do Krovinovic. Faz sentido. Tem sido ele o escolhido para entrar vindo do banco, seja por troca directa com o Pizzi ou passando este para a direita, saindo o Salvio. 

Em termos posicionais, neste sistema do Benfica é (praticamente) igual jogar a interior esquerdo ou interior direito, pelo que não será por aí que o João terá dificuldades acrescidas. Ainda no último jogo pudemos assistir a muitas trocas de posição entre o Krovi e o Pizzi, com o transmontano a vir buscar jogo à meia-esquerda um bom par de vezes. No entanto, se for mais confortável para o João, poderá jogar ele na meia-direita e o Pizzi na meia-esquerda.

Vai, puto!
Com a bola nos pés, e principalmente no último terço, estou convencido que o João dará conta do recado. O puto tem técnica, tem criatividade, sabe assistir e sabe finalizar. O seu estilo é diferente do Krovi; é mais desequilibrador no um-contra-um, arrisca mais no remate e no passe de ruptura. É importante que também seja muito esclarecido no jogo associativo, i.e., na criação de situações de dois-contra-um e no timing e precisão do passe. E que saiba oferecer linhas de passe ao portador da bola. 

Em todo o caso, não teremos no João um clone do Krovi. Ficarei agradavelmente surpreendido se ele demonstrar aquela calma do croata nos momentos em que é preferível parar o jogo, manter a posse, mudar de flanco, rodar atrás, etc. Com o João ao volante, a aceleração será constante! A sua tendência natural será tentar chegar mais depressa à baliza contrária. É preciso que ele perceba que muitas vezes é necessário darmos um passo atrás para depois podermos dar três à frente. Argumentos técnicos ele tem, assim demonstre a necessária argúcia táctica.





Grande, Krovi!
Há outras tarefas que têm sido exemplarmente desempenhadas pelo nosso Krovimodric que me parecem mais afastadas do actual perfil do João Carvalho. Refiro-me, entre outras, à responsabilidade de assumir o início de construção. Uma das muitas vantagens da inclusão do Krovi na equipa foi a partilha desta tarefa com o Pizzi. Antes, era sempre o Pizzi que baixava para vir buscar jogo atrás, tornando-se presa fácil para os adversários. No actual 4-3-3 ambos os médios baixam, à vez, para iniciar a construção. Nesta primeira fase da organização ofensiva, mais do que inventar, é preciso não falhar. Terá o João essa presença de espírito para jogar simples e certinho no primeiro terço? Esperemos que sim. Seja como for, não será das coisas mais difíceis de treinar e aprender.

Outro aspecto em que o Krovi tem sido muito importante é na cobertura defensiva, nomeadamente a compensar as subidas do Grimaldo, ou as saídas do Fejsa quando o monstro sérvio vai pressionar mais alto. Aliás, o próprio admitiu, numa entrevista após as primeiras titularidades, que estava a trabalhar afincadamente nos treinos para melhorar a vertente defensiva. E trabalhou bem! O seu desempenho defensivo era já muito satisfatório. Também aqui precisamos que o João adapte rapidamente o seu jogo e perceba que as suas acções quando a equipa não tem a bola são tão importantes como quando a tem.




Vai, Pizzi!
A substituição de um jogador por outro implica sempre mais alguns ajustes na equipa para além da troca directa. O jogador que entra tem necessariamente características diferentes que levam a um jogar diferente. Algumas das tarefas do jogador que sai terão de ser distribuídas por vários elementos, e não todas atribuídas ao que entra. Neste caso da ausência do Krovi, e seja qual for o seu substituto, é fundamental que voltemos a ter o Pizzi ao nível...Pizzi. Os últimos jogos deram boas indicações nesse sentido. Esperemos que os próximos as confirmem.

Numa fase em que alcançámos um nível exibicional muito acima do alguma vez apresentado pelos outros concorrentes, sofremos o contratempo de perder o principal artífice desta evolução. (Principal no campo, pois fora dele é o mister). Mas também já estamos habituados a que isto nos aconteça. Sabemos que é o momento em que se revela um novo talento!

Levanta-se agora a dúvida de como será a nossa vida sem Krovi. Com a certeza, porém, de que há vida sem Krovi!

CARREGA BENFICA! É RUMO AO PENTA!

domingo, 21 de janeiro de 2018

IMPRÓPRIO PARA DIABÉTICOS



O futebol praticado pelo Benfica deve ter sido considerado excessivamente açucarado pelos deuses do futebol! Terá sido essa a razão que os levou a tirarem-nos o Krovinovic até ao final da época. Ao longo dos últimos jogos, os artistas de serviço têm distribuído toneladas de chocolate a todos quantos assistem às exibições do Tetracampeão, sendo o Krovi o principal fornecedor.

 A sua lesão é um rude golpe, logo numa altura em nos mostramos claramente mais fortes que a concorrência. Mas o que não nos mata torna-nos mais fortes e o Benfica há-de saber dar resposta, encontrando a melhor solução. 

Vejo três tipos de alternativas:

1) A opção mais imediata parece ser o João Carvalho. Tem sido ele a entrar para o lugar do Pizzi, o "espelho" do Krovi no novo sistema. O João tem muita qualidade técnica, mas será que tem a sagacidade táctica do croata? Outra opção directa é o Samaris, mas implica uma alteração na receita. Neste caso teríamos mais sal e menos açúcar. O  Keaton Parks e o Filipe Augusto surgem nos níveis seguintes da sucessão. Temos ainda o Chrien, em quem apostei muito no início da época, mas que parece não ter ainda confirmado o valor esperado.

2) Temos também uma alternativa que passa pela adaptação de um jogador de muito talento, ainda que oriundo de outra posição. O Zivkovic, o Cervi ou mesmo o Rafa cumprem os requisitos técnicos para a função, resta saber se terão a mesma clarividência na construção e o compromisso táctico do Krovimodric. É preciso termos em conta que neste modelo ambos os médios-interiores têm grande responsabilidade defensiva. É frequente vermos o Krovi ou o Pizzi baixarem para a posição 6 quando o Fejsa sai na pressão, por exemplo.

3) Outra possibilidade que deverá ser considerada é a ida ao mercado. Já que tivemos o azar disto nos ter acontecido, ao menos que exploremos todas as possibilidades para minorarmos os danos. Estando aberta a janela... é de espreitarmos e ver quem é que está ao nosso alcance. Neste caso teria de ser um jogador feito, com qualidade para entrar de imediato na equipa titular e sem necessidade de grande adaptação. Lembrei-me do Manuel Fernandes. Gostei muito de o rever na Selecção. Tem características similares ao nosso craque, está em forma (titularíssimo no Lokomotiv) e, aos 31 anos, sabe tudo do jogo. Se estiver interessado em vir e disponível por 5M€ ou 6M€, acho que valia o esforço.

Se até há algumas semanas dizíamos que para sermos campeões tínhamos de subir o nível, agora já podemos dizer que os últimos jogos nos mostraram o Benfica necessário para revalidar o título. O desafio agora é conseguirmos manter o nível sem contarmos com o principal responsável por o termos alcançado.

Fico muito triste pelo jogador e muito preocupado pela nossa equipa. Mas confio no mister Rui Vitória e na Estrutura para encontrarem a melhor solução. Confio que a equipa se unirá ainda mais e fará um esforço acrescido para poder convidar o Krovi a participar na festa do Penta!


                            FORÇA KROVI! FORÇA BENFICA!!

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

NUNCA MAIS É SÁBADO!

Isto de passarmos uma semana inteira sem vermos os nossos craques a brilhar nos relvados é uma tortura! Ainda para mais agora, que estamos a praticar um futebol que até dá gosto! Mas pronto, temos que ter paciência e aproveitar para carregar baterias. A ansiedade será transformada em entusiasmo e apoio à equipa durante o jogo. 

Sábado voltaremos a ter uma grande casa na Luz e certamente com aquele ambiente que faz de nós o décimo segundo jogador. Pois se os outros vão tendo ajudas de toda a espécie, também nós havemos de fazer a balança pender para o nosso lado. Só que sem batota. À Benfica! Os nossos jogadores só precisam do colinho da Família Benfiquista. 

Em relação ao desafio com o valoroso Desportivo de Chaves, a não ser que haja alguma lesão durante a semana (lagarto, lagarto!), a grande dúvida é quem será o substituto do André Almeida. Por falar em lesões, já repararam que esta época não temos sido fustigados como fomos na anterior? As que têm ocorrido até agora estão perfeitamente dentro da normalidade estatística. Será do novo médico catalão? Terá havido alguma alteração no plano de treinos? É uma questão interessante que gostava de ver abordada pelos meios de comunicação social anti-desportiva. Mas os jornaleiros não devem ter tempo para isso, ocupados que andam a chafurdar nos dejectos dos corruptos do calor da noite e dos palhaços do Lumiar.


Voltando ao nosso lateral-direito para Sábado, desde que o André viu o amarelo na Pedreira que tenho andado a matutar nisto. É curioso porque faz agora um ano que celebrámos aqui o seu primeiro golo oficial pelo Benfica. "O André é um caso paradigmático do profissional que sobe a pulso na hierarquia da sua empresa. De patinho feio a elemento preponderante no plantel, este polivalente jogador tem conquistado o nosso respeito e admiração, fruto do seu inquestionável empenho e inesgotável disponibilidade."  Além de que esta época tem evoluído imenso técnica e tacticamente. Está um senhor jogador!

Na configuração actual do plantel torna-se ainda mais difícil substituí-lo. Ocorrem-me várias possibilidades, mas em todas vejo inconvenientes:

1) Baixar o Salvio. 
É certo que pela Argentina tem sido utilizado como (later)ala, mas é num sistema de três centrais. Os posicionamentos são diferentes, nomeadamente a compensação aos centrais que tem de ser feita pelo lateral no centro da grande área é muito mais exigente numa linha de quatro defesas. E depois o Salvio tem aquela mania de pegar na bola e enfrentar todos os adversários que lhe aparecem pela frente, o que no último terço pode significar "apenas" ataques desperdiçados quando corre mal, mas na nossa defesa pode ter consequências trágicas. Acresce que o nosso Toto tem sido aquela arma de destruição maciça que nos dá golos e assistências precisamente porque beneficia do seu posicionamento no novo sistema. Ou seja, podíamos não resolver um problema e criar outro.

2) Passar o Rúben para a direita e formar a dupla de centrais com Luisão e Jardel.
Acredito na capacidade de adaptação do Rúben, jogaria mais como defesa-direito do que lateral, mas alterava a dinâmica actual da equipa. E penso que é de todo o interesse mantermos a dupla Rúben-Jardel nesta altura. 

3) Promover um dos jovens da equipa B, Alex Pinto ou Paolo Medina.
Estarão aptos para tamanha responsabilidade? Sabemos bem que a inclusão prematura dos putos da cantera pode ser contraproducente.

4) Douglas.
Custa-me dizer isto, mas... eh pá, não!

Das quatro hipóteses aventadas talvez optasse pela primeira, dando a titularidade ao Rafa no lado direito do ataque. Ou entrava o João Carvalho para o lugar do Pizzi, passando este para a direita à frente do Salvio. A cultura táctica do Pizzi pode ser útil para compensar algum desequilíbrio.

Se nós temos andado a pensar nisto, também o Luís Castro estará a preparar uma estratégia com vista a explorar aquele que será, a priori, o ponto fraco do Benfica neste confronto. O que nos vale é que a última palavra será do mister Rui Vitória e ele não é homem de problemas. É de soluções!



domingo, 14 de janeiro de 2018

FORTALECIDOS NA PEDREIRA




A brilhante vitória do Benfica na Pedreira reforça a candidatura do Tetracampeão à conquista do Pentacampeonato. 

Conforme tenho vindo a afirmar ao longo das últimas semanas, o Benfica 2017/2018 já encontrou o seu rumo. Estamos agora prestes a entrar em velocidade cruzeiro, que será atingida quando conseguirmos completar uma série de seis ou sete vitórias consecutivas. Acredito firmemente que faremos uma segunda volta bastante melhor que os outros concorrentes. (Não lhes chamo rivais, pois sou de um Clube que nunca encontrou rival neste nosso Portugal). Acredito cada vez mais que seremos novamente Campeões!

Bem sei que precisamos não apenas de fazer uma segunda volta irrepreensível, mas também que ocorra um ou outro deslize de quem segue à frente. Ou, como me dizia a minha vizinha de cima há pouco, "nesta altura não é o nosso Benfica que me preocupa, é a ajuda dos árbitros aos outros dois..." Procurei tranquilizá-la, assegurando que essas ajudas não poderão durar toda a época. E não podem!



Mas voltemos ao que interessa agora; a exibição do Tetracampeão ontem à noite na Pedreira. A nossa vitória é indiscutível e resulta de uma inequívoca demonstração de superioridade a vários níveis. Desde logo, a estratégia adoptada ao longo de toda a primeira parte: 

- Pressão muito alta, iniciada logo na grande área bracarense, impedindo o adversário de construir pelo centro do terreno, limitando-o a passes longos pelas laterais. 

- Recuperação de muitas bolas em zonas altas e lançamento de ataques rápidos, como o que nos deu o primeiro golo. 

- As já habituais trocas de posições entre os extremos e os médios-interiores, a subida dos laterais, e a irrequietude do Jonas, cada vez mais confortável no seu papel de falso Nove. Ora foge da marcação e funciona como playmaker, ora aparece na zona fatal e finaliza como ninguém, como vimos no segundo golo. 

Para além dos aspectos tácticos, ou precisamente graças a estes, também pudemos comprovar a nossa superioridade em termos técnicos (concordo com a análise do Abel Ferreira neste ponto), bem patente nos três golos marcados.  O timing da assistência do Cervi no golo do Salvio, o cruzamento do André no golo do Jonas e a soberba finalização do Raúl no terceiro golo são prova disso.

Em toda a primeira parte, apenas por uma vez o Braga conseguiu criar algum frisson na nossa área - num lance ferido de ilegalidade por fora-de-jogo não assinalado ao Esgaio - com o Ricardo Horta a chegar um pouco atrasado ao cruzamento. De resto, só deu Benfica.

Logo no início da segunda podíamos ter feito o 2-0 num cabeceamento do Jardel ao poste. Na sequência deste lance ficou um penalti por assinalar a nosso favor, por carga sobre o Jonas. O Braga conseguia agora sair a jogar e acercar-se da nossa área. Seria humanamente impossível mantermos constantemente aquela pressão tão alta. Aos 62' o Ricardo Horta obriga o Varela a fazer uma grande defesa. Mas logo de seguida chegámos ao segundo numa bela jogada entre o Jonas e o André Almeida (mais um grande jogo do lateral!)



Só que o 2-0 aos  64' não mata nenhum jogo, sobretudo a jogar fora, e ainda tivemos que sofrer um pouco. Aos 74', cruzamento do Horta, má abordagem do Varela e golo do Paulinho. Era altura de tocar a unir. Baixámos as linhas e explorámos a profundidade, recorrendo ao Raúl, entretanto chamado para o lugar do Jonas. Também o Samaris (entrou aos 80', pelo Pizzi) ajudou a estancar o meio-campo e a segurar a vantagem. Ainda tivemos tempo para desesperar com um falhanço do Raúl, mas pudemos finalmente descansar com um magnífico golo do mesmo Raúl, após mais uma assistência do Cervi.

Esta foi uma vitória do colectivo, com muito mérito do mister Rui Vitória. Ainda assim, destaco quatro individualidades: o Jonas pelo golo, pelo que jogou e fez jogar. O Cervi pelas duas assistências e pela inesgotável energia a defender e a atacar. O André pela assistência e pela segurança a defender. E o omnipresente e omnipotente Fejsa pela forma com não parou de partir pedra... na Pedreira.

Seguimos assim cada vez mais fortes e mais unidos em busca do tão desejado prémio: o Penta - etapa indispensável para a conquista do absolutamente inédito Hexa!

    Puto, no final da época quero ver esse polegar bem esticado!


                             Ficha do jogo (aqui)


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

REMODELAÇÃO DE INVERNO



Por muito estranho que nos pareça, de tão raro, sabemos exactamente quantos jogos nos faltam disputar até ao final da época.Toda a segunda volta e nada mais que a segunda volta. Dezassete jogos apenas, desta vez sem direito ao sonho de chegarmos aos 60 na temporada, que corresponderiam a alcançarmos todas as finais. Serão 47 no total.

Assim sendo, podemos aproveitar o mês de Janeiro para reconfigurar o plantel de forma mais adequada à missão que temos pela frente. Se já em Agosto trinta e um elementos me parecia um número excessivo, muito mais se tornou agora. A simples redução do contingente trará benefícios por si mesma. Nomeadamente na coesão do grupo e na operacionalização dos treinos. Ao mesmo tempo, os últimos jogos têm-nos mostrado que o tão propalado défice de qualidade do nosso plantel é uma falácia e que não precisamos de não-sei-quantas contratações de "titulares indiscutíveis".

Proponho uma redução para 24 elementos. Dois jogadores por posição, excepto na baliza e no espaço Nove, com três para cada. Na baliza, por razões óbvias de segurança. No espaço Nove, porque é uma posição de muito desgaste. E também porque, sendo agora o 4-3-3 o plano A, temos de manter o 4-4-2 totalmente disponível. Após algumas saídas e apenas duas entradas, ficaríamos assim:


(Nota: onde está o Kalaica também podia estar o Ferro, ambos podem assegurar a eventual necessidade de um quarto central.)

Em relação às saídas, parece-me que o mais importante seria emprestar o Diogo Gonçalves a uma equipa da Primeira Liga em que possa somar muito tempo de jogo. Os restantes "excedentários" da equipa A seriam para emprestar ou vender, consoante as melhores propostas e o interesse dos próprios. Douglas e Gabriel para despachar, claro.

Quanto a entradas, apenas dois retoques, já que se trata de uma remodelação. Quer dizer, um deles não é bem um retoque...mas já lá vamos. Claro que não é impossível conquistarmos o Penta sem contratarmos mais ninguém. Temos equipa para vencer os nossos adversários directos e nos restantes jogos fazer pelo menos os mesmos pontos do Sporting e recuperar dois ao Porto. Difícil, mas nunca impossível! Agora, se pudermos aumentar as nossas possibilidades, tanto melhor.

O retoque seria um suplente credível para o André Almeida. O André tem estado muito bem e não vejo necessidade de contratarmos agora um excelente lateral-direito que seja titular de caras. Em Junho logo se vê. Mas na eventualidade de uma lesão do nosso lateral Tetracampeão temos de ter uma alternativa credível (leia-se Não-Douglas). Basta que seja equilibrado a defender e a atacar, não é preciso nada de especial. Consegue-se?

A segunda questão é mais complicada. O Varela tem estado benzinho e mostra alguma evolução. Entre os postes é tão bom quanto os melhores. Mas guarda-redes de equipa grande tem de ter algo mais. Para uma equipa como a nossa - que quer sair a jogar desde trás, com posse de bola e dominar os jogos, que quer pressionar alto e precisa de subir as linhas, deixando muito espaço atrás dos defesas - o GR tem de ter características de libero. Tem de ter facilidade a jogar com os pés para receber e passar a bola em condições de e para os colegas. Não peço o passe longo do Ederson, peço apenas para trocar a bola ali na defesa, nas calmas. Este aspecto é muito importante para permitir um início de construção fluído e mais posse de bola, evitando o pontapé para a frente que, na melhor das hipóteses, só nos permite manter a posse em 50% dos casos.

O guarda-redes do Benfica também tem de ser rápido e decidido a sair da sua zona de conforto e actuar como um sweeper, varrendo aqueles vinte, trinta metros até à linha defensiva, sempre que necessário. E será necessário sempre que quisermos jogar com as linhas bem subidas, a pressionar alto. Ou seja, muitas vezes.

Pelo menos até ver, não são estas as aptidões do Varela e não creio que seja possível adquiri-las em poucos dias ou semanas. Por isso considero muito importante que consigamos contratar um Senhor Guarda-Redes com os atributos referidos. Pode até ser por empréstimo. Há certamente grandes GR fartos de serem suplentes em equipas de topo da Europa que veriam com bons olhos uma passagem de cinco meses pela Luz. Porventura, algum que tenha a participação no Mundial em risco por não estar a jogar no seu clube. Em Junho, logo voltaremos a contar espingardas e avaliar se com Svilar, Varela e Vlachodimos teremos o necessário para a próxima época.

De resto, meus amigos, estamos muitíssimo bem servidos. Senão vejamos, os novos elementos, Rúben Dias e Krovinovic, estão de pedra e cal no Onze titular. Todos os outros habituais titulares são Campeões, Bicampeões, Tricampeões ou Tetracampeões. Se estes não servissem para sermos novamente campeões nacionais... tínhamos que ir buscar os titulares do campeão europeu, não?


Entretanto, não deixem de ver este artigo sobre a Gloriosa Formação (aqui)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

É ISTO! AGORA É CONTINUAR.






Foi preciso chegarmos a meio da prova para encontrarmos o nosso caminho, mas parece que finalmente entrámos nos eixos. O novo modelo parece já ter sido devidamente assimilado pela equipa. A estabilização do Onze inicial e a afirmação dos novos elementos também são factores fundamentais para este reencontro do Benfica com as boas exibições.

Ontem, em Moreira de Cónegos, fizemos um jogo que terá de ser a bitola para a segunda volta. Criámos muitas oportunidades e concedemos pouquíssimas. Reagimos bem à perda de bola e diversificámos os ataques à baliza contrária. Dominámos territorialmente e impusemos o nosso ritmo. Em suma, marcámos e não sofremos! É isto que temos de fazer. Agora é continuar. 

Com excepção dos primeiros quinze minutos da segunda parte, tivemos sempre o jogo controlado. Neste período a equipa ter-se-á ressentido da substituição forçada do Samaris pelo Keaton Parks, mas depois reencontrou-se. Julgo que o nosso texano terá mais possibilidades de se afirmar jogando a 8 e não a 6, como parece demonstrar aquela incursão que fez na área do Moreirense em que conseguiu chegar à linha de fundo e cruzar ao primeiro poste. Mas, globalmente, tivemos uma exibição muito bem conseguida em que, pela negativa, apenas há a apontar o desperdício de várias ocasiões claras.

Uma das vantagens da continuidade de um Onze base é o surgimento de "pequenas sociedades" que vão assumindo um funcionamento autónomo e cada vez mais automático. A mais produtiva e espectacular deste novo Benfica é aquele triângulo dourado que se desdobra pelo corredor esquerdo: Grimaldo, Cervi e Krovi prometem dar-nos muitas alegrias. Talvez também o Rafa possa vir a integrar o trio, em alternativa ao Cervi. Mas por agora faz mais sentido manter o argentino. 

A dupla de centrais formada pelo Rúben e pelo Jardel parece ter encontrado a estabilidade indispensável no sector recuado. Veremos qual será a opção quando o Luisão recuperar, mas talvez seja melhor não alterar nos próximos tempos. O Varela - grande defesa ontem, a segurar os três pontos! -  dá sinais de evolução num dos aspectos que eu lhe apontava como ponto fraco; a resolução dos cruzamentos. (Quanto ao controlo da profundidade e jogo de pés no início de construção, parece-me mais difícil que venha a atingir o patamar desejável). 

Na frente, o Jonas mostra-se plenamente à-vontade no seu novo papel de falso nove. Continua a participar na construção no meio-campo ofensivo e não deixa de aparecer na zona de finalização. Nem deixa de facturar. São já 20 golos em 17 jogos na Liga. 

O Pizzi, ainda aquém do seu melhor, dá sinais de retoma e ontem fez um bom jogo, para além do belo golo que marcou. Caso o João Carvalho - excelente entrada, logo com uma assistência -  consiga afirmar a sua indiscutível qualidade, podemos ganhar algo com o regresso do transmontano ao lado direito e a inclusão do jovem talento no centro, a par do Krovi. 

Como referi atrás, julgo que é aconselhável manter o Onze que tem sido habitual por mais alguns jogos. Numa equipa que tem acusado tanta instabilidade, com exibições tão irregulares ao longo da época, a continuidade de um Onze que tem dado boa resposta é um bem precioso. Apenas por castigo ou lesão deverão ocorrer mexidas, como ontem no caso do Samaris pelo Fejsa. Mas ainda assim, dei por mim a imaginar este Onze, muito poderoso ofensivamente:









Atente-se no potencial de dinâmica e criatividade destes triângulos ofensivos.

Pela esquerda: Grimaldo-Krovi-Rafa
Pela direita: Salvio-João-Pizzi
Pelo centro-esquerda: Krovi-Rafa-Jonas
Pelo centro-direita: João-Pizzi-Jonas

Este 4-3-3 bem trabalhado e servido por jogadores tecnicamente dotados e inteligentemente criativos pode ser um caso muito sério. E muito divertido ao mesmo tempo!




Por agora, só podemos esperar que a nossa equipa consiga consolidar o processo e somar muitas vitórias consecutivas. Até ao momento, ainda só conseguimos uma série de quatro, o que é manifestamente pouco. Assim a gente consiga fazer a nossa parte, que os outros hão-de escorregar. Se vencermos os confrontos directos, só precisamos de recuperar dois pontos ao actual líder. Temos dezassete jogos para o conseguir. Eu acredito!


                            Ficha de jogo (aqui)


quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

ASSIM FICA MAIS DIFÍCIL. MAS ESTAMOS VIVOS E SEGUIMOS LUTANDO!


Não basta jogarmos melhor. Temos de jogar muito melhor para conseguirmos vencer os adversários, os árbitros e os vares. 

Um dos principais objectivos da campanha porca levada a cabo pelo sporting clube do porto é condicionar os árbitros contra nós. (Mas há mais, conforme referi em Cortina de Fumo, em Junho do ano passado). O jogo de ontem é mais uma prova de que esse objectivo tem sido alcançado. Em caso de dúvida - e até em casos em que não há a mínima dúvida! - as decisões foram contra o Benfica. A mais clamorosa é a validação do golo do Sporting, após fora-de-jogo do Acuña. Admito que fosse difícil de ver pelo fiscal de linha, mas o VAR não podia ter deixado passar! 

A segunda mais clamorosa é o penalti do Coentrão, que mostrou bons reflexos ao executar aquela defesa com o braço. Há mais dois lances de mão na área sportinguista que, não sendo indiscutíveis, revelam a tendência arbitral, protagonizados pelo Piccini e pelo William. E ainda mais um do Coentrão, por carga sobre o Jardel, num lance em que por muito menos já vimos serem assinalados penaltis a favor do Sporting. Finalmente, aos 89', lá tivemos direito a um pontapé da marca dos onze metros sem que o Patrício pudesse contar com guarda-redes auxiliares. 

As expectativas relativamente ao Hugo Macron Miguel e ao Tiago Lagarto Martins eram as piores e os cabrões não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Dá vontade de dizer que está na altura de serem visitados por uns rapazes sem nome. Não digo. Mas dá vontade.

                           
                            Pois, assim fica mais difícil


Bem, mas falemos também do que o jogo teve de bom. E teve muito! Foi um dérbi à altura do historial dos grandes dérbis, do dérbi eterno. Muita intensidade, incerteza no marcador até ao fim, casos polémicos, diferentes abordagens tácticas e lances de grande emoção. A atitude dos jogadores de ambas as equipas (com excepção das palhaçadas do Coentrão) foi irrepreensível. Enorme entrega ao jogo, mas com lealdade e respeito mútuo. 

O Sporting adoptou uma estratégia de expectativa, procurando jogar no erro do Benfica. Após o golo, alcançado aos 19', isso tornou-se ainda mais evidente. É uma estratégia legítima, nada a apontar. Mas demonstra que a tão propalada superioridade leonina não é assim tão evidente para o seu treinador. Nem se pode dizer que a estratégia tenha resultado, apesar de terem conseguido empatar. Para além do golo, obtido de forma irregular e graças a um ressalto, dispuseram de apenas uma oportunidade, aos 41', em que o Gelson surge isolado frente ao Varela e remata por cima. Podem argumentar que boa parte da posse de bola do Benfica foi consentida, pois raras vezes fizeram pressão alta. Mas certamente não pretendiam conceder-nos tantas oportunidades de golo. Não fosse a protecção dos árbitros e a tremenda sorte que tiveram, e seria evidente o falhanço da estratégia adoptada.



Quanto ao Benfica, resultado à parte, demos mais um passo na afirmação do novo modelo de jogo. Muita dinâmica, muitas trocas de posição entre os jogadores da frente (com quantos Cervis jogámos?!), boa reacção à perda de bola e elevada produção de jogo ofensivo. Pena que tenha faltado aquela afinaçãozinha na finalização. Quase saboreávamos dois golões épicos, na bicicleta do Raúl e no remate de pé esquerdo do João Carvalho! Quase saboreávamos um golo justiceiro do Krovi, que bateu no ferro após a mão do Coentrão. Quase saboreávamos um golo caricato num corte do Coates. E outros em que, após ressaltos, "a bola não quis entrar"...

Todos os nossos jogadores foram inexcedíveis. Acreditaram e lutaram até ao fim. Tenho de destacar o já referido Cervi (ou Cervis?) e o enorme Krovinovic. Também o Rafa entrou muito bem, a justificar mais tempo de jogo. E o André Almeida, que jogou em três posições com grande qualidade. Acho que depois do jogo ainda o vi a trocar umas bolas com uns putos, à volta de uma árvore ali para o Alto dos Moinhos. O Jonas não esteve tão bem como de costume na finalização, mas jogou imenso e em todo o campo. 

Mas o melhor foi mesmo o espírito de grupo, a união e a solidariedade de toda a equipa. E a re-união da equipa com os adeptos. A Família Benfiquista presente e representada no Estádio da Luz ontem à noite soube reconhecer o empenho dos nossos jogadores. Deu-lhes aquele acréscimo de energia que ainda nos permitiu marcar aos 90 minutos. Se o golo do empate tem surgido um pouco mais cedo ainda fazíamos o segundo. 

Um atraso de cinco pontos quando falta uma jornada para chegarmos a meio da maratona torna a recuperação difícil, mas não impossível. A margem de erro é agora muito estreita e não podemos desperdiçar nenhum deslize de quem vai à frente. Ficou mais difícil, mas estamos vivos e seguimos lutando!

                            ficha do jogo (aqui)