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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

sábado, 28 de outubro de 2017

SOFRIDA

























Gostava muito de poder dizer que apesar de termos ganho por apenas 1-0 tivemos sempre o controlo do jogo e não concedemos oportunidades ao adversário. Mas não posso. Entrámos bem, muito bem até, e fizemos uns primeiros dez minutos de muita qualidade. Segurança na posse de bola, boa circulação e vários ataques perigosos, sobretudo pela esquerda. 

O golo, já esperado e merecido, surgiu aos 11' pelo inevitável Jonas. E depois do golo, o apagão do costume. Mas porquê, meu Deus, porquê?! (eu nem acredito em Deus, mas em alturas de desespero uma pessoa recorre a tudo...) Fiquei animado quando vi o Capitão pegar na bola e correr com ela até ao meio campo assim que marcámos o golo. Como quem diz: "Não se passa nada, faz de conta que sofremos um golo e temos que marcar dois já de seguida!" Infelizmente, esta atitude não contagiou o resto da equipa e poucos minutos depois lá tínhamos um Benfica encolhido e desconfiado de si próprio. 

Eu não acredito que estes apagões a seguir aos golos resultem de uma alteração estratégica imposta pelo mister. Seria demasiado estúpido e o Rui Vitória já provou que é um treinador inteligente. Também não é por falta de qualidade dos jogadores, pois eles são capazes de jogar bem, como se vê nos períodos anteriores à obtenção do primeiro golo em cada jogo. Sobra uma possibilidade - alguma questão do foro psicológico ou emocional, que esteja a condicionar a confiança da equipa?

Se for esse o caso, a solução é "simples". É ganhar e continuar a ganhar. Se conseguirmos várias vitórias consecutivas, mesmo sem brilhantismo como ontem, a confiança será recuperada e a qualidade de jogo acompanhará essa tendência. Neste sentido, achei muito bem que o Rui Vitória tivesse repetido o Onze do jogo anterior. A equipa precisa da estabilidade que pode ser dada por essa continuidade. Não vem nada a calhar o jogo em Manchester, na terça-feira, ainda por cima sem o Luisão.





Por falar em Luisão, temos que nos agarrar às coisas boas que nos aconteceram nas últimas semanas e a principal é que está definida a dupla de centrais do Benfica 2017/2018. O Capitão e o futuro capitão têm demonstrado muita segurança e não é por eles que temos sofrido tanto. O problema é a quantidade de vezes que todos os adversários conseguem chegar à nossa área. O Rúben já não é uma promessa, é uma certeza. Sempre acreditei neste rapaz mas estou agradavelmente surpreendido pela evolução técnica que tem demonstrado. Ontem, até com o pé esquerdo mostrou bom domínio de bola e fez bons passes.



Também melhorámos na baliza com a aposta definitiva, ainda que prematura, no Svilar. O Bruno Varela não tem nem terá a qualidade necessária para as redes do Glorioso e o Júlio César já não é Imperador. O nosso Preud'homenzinho acaba por ser lançado às feras mais cedo do que seria aconselhável. Temos de estar preparados para continuar a apoiá-lo quando ele voltar a falhar, o que acontecerá inevitavelmente. Mas as suas características, nomeadamente a velocidade com que sai dos postes, são fundamentais para o nosso jogo.


Outras notas individuais:

O Grimaldo tem tido desempenhos muito irregulares. Perde muitas bolas em zonas proibidas e é ultrapassado com muita facilidade. Não basta ser uma mais-valia a atacar, tem de melhorar a consistência defensiva.

O André Almeida é claramente curto para as nossas necessidades, sobretudo a atacar. É fundamental que o Douglas atine no processo defensivo ou corremos o risco de ter dois laterais-direitos incompletos: um não sabe atacar e o outro não sabe defender!

O Fejsa poderá estar a ser vítima da apatia geral que tantas vezes se apodera da equipa, mas ontem pareceu-me muito abaixo do seu normal. Que volte rapidamente o monstro omnipresente!

O Diogo Gonçalves possui recursos diferenciados que nos serão muito úteis. Quer jogue na esquerda ou na direita, não se limita aos movimentos habituais do típico extremo (tipo Salvio ou Cervi). Alia a imprevisibilidade à qualidade técnica e consegue jogar por dentro, criando outras dificuldades aos adversários. Precisa de melhorar o cruzamento com o pé esquerdo.


                                ficha do jogo (aqui)


E pronto, esta já está. Agora é fazer o melhor possível em Old Trafford e depois voltar com força para conseguirmos a terceira vitória consecutiva no campeonato!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

REQUISITOS CUMPRIDOS



























Na fase em que nos encontramos o que é preciso é ganhar e depois ganhar e a seguir voltar a ganhar. Se alcançarmos uma série de vitórias consecutivas no campeonato, a melhoria da qualidade de jogo surgirá naturalmente, assente no aumento da confiança gerada pelos resultados. Ontem na Vila das Aves cumprimos os requisitos e obtivemos uma vitória incontestável, que só não alcançou números mais simpáticos porque o sr. Quim (quase 42 anos!) não deixou.

A grande novidade no Onze foi a há muito justificada ausência do Pizzi. A sua qualidade não está em causa, mas o seu rendimento tem sido paupérrimo. Esteve bem o Filipe Augusto, claramente mais talhado para 8 do que para 6. Ajudou bastante o Fejsa na luta pela posse de bola e estabeleceu boa ligação entre os sectores, como compete a quem ali joga. Aparentemente fica um pouco aquém do necessário em termos de criatividade, mas estou em crer que se tiver a oportunidade de jogar vários jogos seguidos aumentará a sua auto-confiança e vê-lo-emos a arriscar mais na condução e nos passes de ruptura. Aliás, tem no passe médio e longo qualidades que o distinguem. 




Também merece referência a permanência do Diogo Gonçalves no Onze. Partindo da esquerda, surgiu várias vezes no espaço 10 a ensaiar o seu forte remate ou a combinar com os avançados. Foi numa dessas jogadas que sofreu o penalti que dá o primeiro golo, aos 29', pelo Jonas. Justificava-se a nossa vantagem nesta altura pois já tínhamos criado uma mão-cheia de situações de golo iminente por oposição a apenas uma do Aves (boa defesa do Svilar, demonstrando bons reflexos).

Voltámos a acusar o "stress-pós-golo-marcado" e os últimos quinze minutos da primeira parte foram a nossa pior fase no jogo. Não só não conseguimos manter a sucessão de ataques em busca do segundo golo, como, pior do que isso, permitimos muitas aproximações à nossa baliza.

Fez-nos bem o intervalo e voltámos a entrar por cima na segunda parte. Remate do Jonas com ressalto no Seferovic, bom esforço do Salvio e regresso do suíço aos golos, fazendo o 2-0 aos 50'. O Aves arriscou mais, ainda que sem criar grande perigo, e o jogo ficou mais partido. Tínhamos agora mais espaço para aproveitar em transições e ataques rápidos. Criámos várias situações para aumentar a vantagem e matar o jogo, mas o Quim foi adiando o terceiro. Acabamos por sofrer nós o 2-1, num canto - mais um - em que o Seferovic não atacou a bola e o Svilar não chega a tempo ao primeiro poste. 

Reagimos bem ao golo e voltámos à carga. O Pizzi, entretanto chamado para o lugar do Salvio, é rasteirado na área e o penalti é devidamente assinalado pelo árbitro e devidamente convertido pelo Jonas. No início da jogada, à saída do nosso meio-campo, o Jonas terá cometido uma falta que não foi assinalada - este não era um lance para o video-árbitro, de acordo com o protocolo em vigor. Aos 83', o Seferovic foi derrubado sem bola na área adversária. Terá ficado por assinalar o respectivo penalti - este sim, era lance para o video-árbitro, que, por falha técnica, tinha perdido a comunicação com o árbitro principal. Seria um abuso assinalarem três penaltis a favor do Benfica num só jogo!

De positivo fica o resultado e não só. A afirmação clara do Rúben Dias no eixo da defesa, o jogo bem conseguido do Filipe Augusto, a boa primeira parte do Diogo Gonçalves, o regresso do Seferovic aos golos e o bis do Jonas. 

Agora é continuar! Sexta-feira há mais!

                                ficha do jogo (aqui)

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

BOM COMPORTAMENTO





















Não foi a derrota de ontem que nos tirou quase definitivamente dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Foram as derrotas nas duas primeiras jornadas, que antecediam o duplo confronto com o Manchester United, que tornaram quase impossível o feito de conseguirmos esse apuramento pelo terceiro ano consecutivo. A vitória do Basileia na Rússia liquidou a esperança que ainda podíamos acalentar. Se russos e suíços empatassem os dois jogos entre si, até podíamos conseguir o apuramento perdendo os dois jogos com o Man.Utd., somando seis pontos nas duas últimas jornadas...

Posto isto, resta-nos agora fazer o possível para deixarmos melhor imagem ganhando na Rússia e em casa ao Basileia e, quem sabe, conseguir ainda o apuramento para a Liga Europa.

Nunca uma derrota do Benfica me causará outro sentimento que não tristeza ou frustração. Mesmo contra equipas teoricamente mais fortes e efectivamente mais ricas. Não obstante, retiro do jogo de ontem alguns aspectos positivos que nos deverão servir de base para o futuro imediato. Desde logo, a postura geral da equipa em termos de concentração, rigor e entrega. Irrepreensível! 

Jogámos em 4-1-4-1 com um bloco compacto, como se exigia. Conseguimos bloquear quase todos os caminhos para a nossa baliza e concedemos pouquíssimas oportunidades claras ao melhor Manchester dos últimos anos. Certo que eles também não arriscaram muito, o empate servia-lhes bem. O preço a pagar por esta concentração defensiva foi a pouca acutilância ofensiva. Apenas em jogo directo ou através de iniciativas individuais conseguíamos chegar lá à frente, sem causar grande perigo. O resultado mais condizente com o jogo jogado seria um empate a zeros.


RÚBEN - Já de cabeça ligada. Faz-vos lembrar alguém?

Em termos individuais, vários jogadores marcaram pontos e justificaram a aposta do mister.
O maior destaque vai para o jogo quase perfeito do Rúben Dias. Sólido, concentrado e arrojado. Temos central! Também o Diogo Gonçalves merece uma referência positiva pela irreverência e energia que meteu em todas as suas acções. O Filipe Augusto fez um grande jogo. Inteligente a ocupar os espaços, decidido nos duelos e lúcido nos passes. 


Se fosse o Baía não era golo...

O erro infantil cometido pelo Svilar apenas o tornou um guarda-redes mais forte e mais experiente. Certamente não o repetirá. Em todas as restantes situações mostrou porque é apontado como um prodígio das balizas. Esteve muito bem o mister ao assegurar desde já a titularidade do nosso Preud'homenzinho no próximo Domingo. Mais dois ou três franguitos (temos que ter paciência) e temos ali um novo KEEPER ao nível de Oblak ou Ederson.

Ainda em termos individuais, mas agora pela negativa. O Pizzi está uma sombra do jogador que é. Falha imensos passes simples e ainda por cima começa a desatinar com os colegas. Precisa urgentemente de dois ou três jogos no banco para recuperar a forma física e a humildade. O Rui Vitória tem de perceber isso, até mesmo para proteger o jogador. Este ano temos alternativas viáveis - principalmente Krovinovic, mas também Filipe Augusto ou Chrien - que precisam apenas de uma aposta continuada para comprovarem o seu valor.

Meio positivo, meio negativo - o Douglas. Consegue realmente criar desequilíbrios a atacar. O pior é que também os provoca a defender.

Agora, é essencial transportarmos esta atitude para os próximos jogos. Se assim for, certamente voltaremos a ganhar a maioria dos jogos como de costume. Nas provas nacionais não enfrentaremos monstros como o Matic e o Lindelof...



domingo, 15 de outubro de 2017

NASCEU UMA ESTRELA!























E logo aos dois minutos do seu jogo de estreia, o mais jovem guarda-redes da história do Benfica mostrou o seu valor! Rapidíssimo a sair aos pés dum adversário que entrava isolado na área,  deixou o seu cartão de visita: "Olá! Eu sou o Svilar e esta merda é toda minha. Na grande área quem manda sou eu!"

Não teve muitas intervenções, mas em todas mostrou características de guarda-redes de topo. Facilidade a desfazer cruzamentos, rapidez a sair da baliza, concentração, frieza, coragem e confiança. Nestes noventa minutos o Svilar mostrou estar num nível de qualidade a que o Bruno Varela nunca chegará na sua vida e mostrou estar numa forma a que provavelmente o Júlio César não voltará. Para mim, já é ele o número Um, e não é só na camisola - titular já!





Também o Gabriel merece um destaque pelo golo que marcou, verdadeira obra de arte só ao alcance dos predestinados. Que seja o primeiro de muitos!




Para além do Svilar, estreou-se também o Douglas que parece comprovar o que se esperava, pelo melhor e pelo pior. Ou seja, típico lateral ofensivo...fraquito a defender. Mostrou qualidade na recepção, na progressão com bola e nos cruzamentos. Poderá ser útil a criar desequilíbrios ofensivos, mas a defender deixa muito a desejar. Foi confrangedor ver a facilidade com que era ultrapassado e "fugia" do adversário directo, deixando-o para o Luisão. Preocupa-me muito que seja ele o titular frente ao Manchester. Talvez optasse pelo Lisandro ou pelo Salvio...


Em relação ao jogo em si, enfim... digamos que não foi uma demonstração de força do Tetracampeão perante uma equipa do terceiro escalão. Foi um jogo de Taça e passámos à próxima eliminatória.



                                Ficha do jogo (aqui)
                               



quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Reflexões de um Benfiquista preocupado mas não derrotado





O Benfica tem um plantel composto por excelentes jogadores com provas dadas. 
O plantel actual do Benfica soma 51 títulos de campeão nacional e um sem número de taças.

O nosso treinador conquistou os dois campeonatos que disputou ao serviço do Benfica. 
No primeiro, até bateu o recorde nacional de pontos.
O nosso treinador conquistou 6 dos 9 títulos nacionais que disputou ao serviço do Benfica.
O nosso treinador conseguiu dois apuramentos consecutivos na fase de grupos da Liga dos Campeões (feito inédito no nosso Clube) e alcançou uma vez os Quartos-de-Final. De resto, nesta eliminatória, frente ao poderoso Bayern de Munique, perdemos por um resultado agregado de 3-2 e deixámos uma bela imagem, que mereceu rasgados e sinceros elogios do mestre Guardiola.

O nosso treinador já provou por mais de uma vez que tem estaleca para enfrentar as maiores adversidades. Recordemos a campanha porca movida pelo Sporting e pelo seu treinador na sua época de estreia ao serviço do Glorioso. Recordemos a campanha porca movida pelo Porto e pelo Sporting na última época e o efeito que teve nos árbitros, condicionando-os contra nós. Recordemos ainda a terrível onda de lesões que afastou muitos dos principais jogadores durante muito tempo na época transacta. 

Para todas as dificuldades com que se deparou até agora, o nosso treinador conseguiu sempre encontrar as soluções e acabou por sair a ganhar.

Será isto o suficiente para ficarmos descansados e assumirmos que, mais uma vez, voltaremos a ganhar, contra tudo e contra todos? De modo algum! Seria o primeiro passo para o fracasso se assim pensássemos. 

Mas também seria tremendamente injusto não reconhecermos o valor provado e comprovado daqueles que nos deram tantas alegrias nos últimos dois anos. Seria uma demonstração de fraca fé e fraco Benfiquismo deitarmos agora a toalha ao chão.

É inegável que, por alguma razão (ou razões) que não consigo descortinar, temos apresentado uma assustadora irregularidade  exibicional nestes primeiros dois meses de competição. E coloco o ênfase em IRREGULARIDADE, pois já fizemos jogos a muito bom nível esta época. 

Ao contrário do que é infelizmente tão comum nestas situações, não alinho em discursos de bota-abaixo, em que nada presta, nada se aproveita. Pelo contrário, se conseguirmos ter em quase todos jogos o Benfica que tivemos na Supertaça e na Liga frente ao Braga, Chaves, Belenenses e Paços de Ferreira teremos o regresso à normalidade. A normalidade que nos permite vencer cerca de 80% dos jogos que disputamos. A normalidade que nos permitirá ser Pentacampeões!

Urge, pois, identificar as causas deste "transtorno dissociativo de identidade" que tem afectado a equipa, eliminá-las e retomar o trilho das vitórias. Esta é a tarefa que cabe agora ao mister Rui Vitória. Terá de ser ele o protagonista da mudança, seja através da acção psicológica, discursiva, estratégica ou táctica. Ou todas em conjunto.

Independentemente da perda de qualidade em duas/três posições continuamos a ter o melhor plantel nacional. Seguramente muito melhor do que dispõem as equipas que nos têm causado os recentes embaraços. Não faz sentido que sejamos nós os primeiros a desvalorizar aquilo que temos. Ainda estamos muito a tempo de recuperar os pontos perdidos na Liga, assim o mister descubra novamente o caminho do sucesso. Eu acredito!

Força BENFICA!!





segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Que a pausa nos faça bom proveito!

























Desperdiçámos uma excelente oportunidade para reduzir a distância para os dois primeiros, amenizando em grande medida o mau início de época que estamos a viver. Seria completamente diferente retomarmos o campeonato após a paragem a três pontos do primeiro e a um do segundo. Seria quase como começar de novo, praticamente empatados.

Não podíamos ter começado melhor no batatal dos Barreiros, com aquele golão do Jonas logo aos 2'. Ou então... foi o pior que nos podia ter acontecido. Pelos vistos, marcar um golo cedo leva a equipa a encolher-se e a procurar gerir a vantagem até ao fim! Não posso acreditar que isto seja uma opção estratégica definida pelo treinador. Será um reflexo da falta de confiança? Ou pior ainda, será excesso de confiança?

                               Ficha do jogo (aqui)

Faz-me imensa confusão não conseguir perceber o que se está a passar para apresentarmos desempenhos tão pobres como temos visto. Ontem na Madeira, verdade seja dita, notei a equipa mais empenhada e mais combativa do que acontecera na Suíça. Mas a falta de qualidade no nosso jogo é confrangedora. A falta de confiança que os jogadores demonstram, a falta de criatividade e a falta de segurança mesmo em acções simples, são deveras preocupantes.

Se se tratasse de jogadores desconhecidos ou sem provas dadas, diríamos simplesmente que não tinham qualidade. Mas não é o caso! Sabemos bem o valor que têm, quer individual quer colectivamente, pelo que não se percebe o que está a acontecer.

É obrigatório que o Rui Vitória tenha a lucidez para identificar as causas de tantos apagões e que tenha a coragem para efectuar as mudanças necessárias.

Percebo, mesmo não concordando, que tenha mantido a mesma equipa que foi goleada pelo Basileia (apenas trocou o Zivko pelo Salvio), no sentido de mostrar que confia nos jogadores e que sabe que eles são capazes de fazer muito melhor. Tirar três ou quatro desses jogadores do Onze no jogo com o Marítimo seria como que acusá-los pela derrota, e o problema é muito mais colectivo do que individual. 

Não obstante, há jogadores que estão claramente muitos furos abaixo do seu real valor e/ou do mínimo exigível para o Benfica. Nomeadamente o Pizzi, está uma sombra do que vale e nem os passes curtos lhe saem bem. Tem de ser encostado, ou à direita ou ao banco. O Jardel está muito longe da forma necessária. Por que não manter a aposta no Rúben Dias? O André Almeida manifestamente não consegue cumprir metade da função que se exige a um lateral do Benfica, a componente ofensiva. Para quando a estreia do Douglas, para se ver o que vale? Mesmo o Jonas, apesar dos golos, não está a conseguir ter a influência habitual nas combinações de ataque. Não será altura de experimentar outra dupla atacante de início, entrando o Pistolas na segunda parte, fresco e com mais espaço entre linhas? Ou então adoptar outro sistema, com três médios e apenas um ponta-de-lança?

Levar longe de mais a insistência no mesmo modelo e nos mesmos jogadores poderá ter um efeito arrasador, quer nas nossas aspirações na época, quer no capital de afecto que estes elementos ainda têm junto dos adeptos. 

Por norma, não gostamos nada destas pausas no campeonato, mas pode ser que esta nos seja benéfica. Que sirva para recuperar física e emocionalmente alguns jogadores, para ensaiar modelos alternativos ou testar novas soluções individuais. Que nos faça bom proveito!