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"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

segunda-feira, 3 de abril de 2017

SETE FINAIS COM VISTA PARA O TETRA




Fomos superiores durante mais tempo, criámos mais e melhores oportunidades e a nossa vitória seria o resultado mais ajustado à produção das duas equipas. Como tal, o sentimento dominante que resulta do empate com o Porto é a frustração por não termos aproveitado esta ocasião para alargar para quatro os pontos que nos separam do segundo classificado. O aspecto positivo é que somos por agora a única equipa que só depende de si e que falta menos um jogo para o fim. Faltam-nos sete finais com vista para o Tetra!

Muito se tem falado sobre quem tem o calendário mais difícil nas jornadas que restam. Eu acho que está ela por ela. É verdade que o derby de Alvalade é jogo de tripla, mas as saídas do Porto a Braga, Marítimo e Chaves também não são pêra doce. Para além disso, já ambas as equipas perderam pontos em momentos que não se esperava. Mais do que o teórico grau de dificuldade de cada jogo, os factores decisivos para apurar o vencedor serão a determinação e o estofo de campeão dos candidatos. E aqui, levamos vantagem pois temos um plantel recheado de campeões muito mais habituados a estas andanças. Acresce que chegamos a esta fase da prova ainda com margem de progressão, pela inclusão do recém-recuperado Grimaldo e crescendo de forma do Jonas, bem como o regresso do Fejsa. A luta continua e acredito que temos as armas para vencê-la!



O JOGO
Foi um jogo muito emocionante, bem disputado e com desfecho incerto até ao fim. Houve alternância nos períodos de superioridade, se bem que com vantagem para o Benfica. Também foram cometidos vários erros de parte a parte, nem sempre aproveitados pela equipa adversária, o que aumentou a aleatoriedade do resultado. A equipa que mais quis e mais fez por ganhar foi claramente o Benfica, pena que tenha faltado acerto na finalização das várias oportunidades criadas. O Porto veio à Luz com a preocupação de não perder a sobrepor-se à crença de vencer. Bem notório, desde logo pelo onze inicial em que o NES desfez a dupla de avançados optando pelo Corona na esquerda para formar uma linha de cinco na zona intermédia. Também pela abordagem mais especulativa após terem alcançado o golo do empate se confirma o interesse que tinham nesse resultado. Se dúvidas restassem, bastava ver o anti-jogo do Casillas na reposição dos pontapés-de-baliza. No fim, festejaram. O segundo classificado empata com o primeiro quando só faltam sete jogos e fica satisfeito? Um pouco estranho, não? Pode ser que a esperança que depositam nos compadres de Alvalade se revele infundada...

O Benfica apresentou-se com dois avançados, como esperado. Não faria sentido abdicarmos da nossa micro-estrutura mais forte na frente - a dupla Jonas/Mitro - num jogo que queríamos ganhar. A presença do Rafa no onze não é propriamente uma surpresa, pois tem havido bastante rotatividade na nossa esquerda ofensiva e qualquer das quatro opções era válida. No meio, o Samaris e o Pizzi não jogaram tanto em 6/8 como de costume, mas mais lado-a-lado, com o transmontano a colaborar muito nas tarefas defensivas, o que lhe terá tirado discernimento e espaço para construir. O equilíbrio das contas no meio, perante os três médios (Danilo, Oliver e André André) do Porto foi conseguido ora com descidas do Jonas, ora com o Rafa a flectir para dentro. O pequeno barbudo teve várias acções defensivas determinantes, aparecendo nas costas dos adversários para lhes roubar a bola.

O início do jogo foi espectacular! Bancadas ao rubro, ambiente electrizante e o Tricampeão com uma entrada fulminante! O Nelson Semedo e o Salvio abriram as hostilidades com incursões pela direita que abanaram a estrutura portista. Logo aos 5', o argentino faz uma das suas arrancadas à "arma de destruição maciça", deixa três adversários para trás e entrega na área ao Jonas, que sofre penalti indiscutível. Não gosto de penaltis marcados para o meio da baliza, mas valeu! Os primeiros minutos mostraram um Porto atarantado e um Benfica personalizado. Pena que não tivéssemos aproveitado este período para fazer o segundo. Entretanto, o Porto foi tendo mais bola (consentida?) mas sem criar qualquer perigo e o Benfica passou a explorar as transições rápidas. Numa destas, o Rafa liga o turbo, deixa o Maxi "nas covas" e entra na área em condições de assistir o Jonas ou o Mitro. Infelizmente, continua a faltar-lhe afinação da definição das jogadas. Tivemos ainda um remate frontal do Mitroglou e um cabeceamento do Luisão a rasar a trave. O único sinal de perigo azul foi um livre frontal do Brahimi superiormente defendido pelo Ederson.

Ao intervalo, a vantagem justa embora escassa deixava boas perspectivas para a segunda parte. Mas uma entrada determinada do Porto e alguma desconcentração da nossa parte ditaram o golo do empate aos 50' pelo mini Pereira (mas que mal é que o Benfica fez a este gajo para ele demonstrar tanta raiva nos festejos do golo?!!). Como já referi, o Porto mostrou-se satisfeito com o empate alcançado e não arriscou na busca do golo da vitória. Tiveram apenas mais um lance de perigo em que o Ederson foi soberbo a sair aos pés do Soares isolado na nossa área. Valeu por um golo esta saída do Ederson!

Quanto a nós, reagimos bem e continuámos sempre a carregar. Procurámos vários caminhos, chegámos muitas vezes com perigo ao último terço e tivemos quatro ou cinco bolas na cara do Casillas. Lamentavelmente nem o Jonas nem o Mitro estiveram ao seu nível habitual e não conseguiram concretizar. Globalmente, fomos melhores e por isso o resultado sabe a pouco.

No Estádio, fiquei com a sensação que o árbitro estava armado em Xistra e assinalava falta a favor do Porto em todos os contactos, deixando passar as faltas a nosso favor. Depois de rever o jogo na BTV, faço avaliação positiva da arbitragem. A tarefa era difícil, dado o contexto pré-jogo e a vivacidade com que este foi disputado, mas houve equilíbrio nas decisões. Constatamos agora que ficou por assinalar uma falta sobre o Samaris na confusão que antecede o golo deles, mas, sejamos justos, era difícil de ver.




Algumas apreciações individuais:

EDERSON - Enorme! Pouco trabalho, mas nas duas situações difíceis que teve respondeu à sua altura - a de um dos melhores guarda-redes do mundo!

LUISÃO - Mas será possível que este rapaz continue a jogar ao nível tão elevado que tem jogado esta época?!! Já o disse e repito: por mim, se continuar assim, pode fazer mais 500 jogos de águia ao peito!

SAMARIS - Tem aproveitado a ausência do Fejsa para evoluir na função de médio-defensivo. Está mais assertivo a defender e mais esclarecido a iniciar a construção.

RAFA - Boas acções defensivas, boas arrancadas com bola e... o problema do costume na definição dos lances que ele próprio cria.

JONAS - Boa participação na segunda fase de construção. Faltou-lhe o killer instinct que o caracteriza.

Agora temos de carimbar a passagem para o Jamor. Depois, temos o próximo jogo do título em Moreira de Cónegos. É para ganhar e mais nada!



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