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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

TAÇA AMARGA


É fácil pegar no resultado e lançar mais um chorrilho de críticas ao treinador e aos jogadores. Fácil e injusto. O que aconteceu em Vila do Conde foi... Futebol. Um jogo com muita intensidade e muita emoção, com ambas as equipas a demonstrarem grande atitude e ambição e a tentarem impor o seu futebol. O Benfica mais forte a pressionar e a atacar, a criar mais e melhores oportunidades, a cometer alguns erros e a ser castigado por vários azares. Num contexto mais favorável, com uma série de vitórias consecutivas e bons desempenhos em todas as competições, teríamos maior capacidade de encaixe para aceitar esta derrota e perceber que foi isso que aconteceu. Uma derrota perante uma boa equipa numa partida em que jogámos melhor mas não tivemos a sorte do jogo.

Significa isto que fizemos tudo bem e não há nada a melhorar? Claro que não! Cometemos erros a defender e não fomos suficientemente eficazes na finalização. Por seu turno, o Rio Ave comprovou que é uma das equipas que melhor futebol pratica em Portugal, foi fiel aos seus princípios, foi eficaz e teve sorte.

Fizemos uma excelente primeira parte. Pressão alta com muitas recuperações de bola no último terço, boas combinações ofensivas com trocas de posição entre os jogadores da frente, muitas finalizações e várias oportunidades de golo. Infelizmente, marcámos apenas um. Devia ter valido por dois, pois foi mais um golão do Jonas, mas só contou um. 

Logo no início da segunda parte, o primeiro azar. O Cervi, que até estava a ter um bom desempenho, intercepta um passe longo, procura sair a jogar mas troca os pés e escorrega. Mérito para o Rio Ave no aproveitamento do lance para fazer o empate. Continuámos a pressionar alto e a criar situações de algum perigo, mas o Rio Ave persistiu no seu modelo de construção desde trás e conseguiu sair mais vezes do que na primeira parte. Aos 62', um grande golo do Rúben Ribeiro a rematar em arco entre quatro opositores. Um lance ao nível dos melhores executantes. Continuámos a atacar, mas com menos discernimento. Aos 83', o penalti batido pelo Jonas, com força mas muito ao centro da baliza, é defendido pelo Cássio. Agora é fácil falar, mas com o Raúl em campo deve ser ele o escolhido para marcar os penaltis - ainda não falhou nenhum na sua carreira.


Mesmo assim, ainda tivemos tempo para chegar à igualdade num golo à Capitão. Que infelizmente se lesionou (e a falta que nos faz!) aos 90' e nos deixou em inferioridade numérica para o prolongamento. Pior ainda que ficarmos com dez foi a composição da equipa que entretanto resultara das substituições:

Varela
Salvio, Almeida, Jardel e Zivkovic
Fejsa e Krovinovic
Raúl, Jonas e Seferovic

Pode-se dizer que o Rui Vitória arriscou demais, mas fez a terceira substituição (saída do Grimaldo para a entrada do Seferovic) aos 85' quando ainda perdíamos por 2-1 e buscávamos desesperadamente o empate. 

Se não fosse a lesão do Luisão, ficaríamos com uma equipa muito balanceada para a frente, é certo, mas com todas as condições para discutir o prolongamento. Assim, pagámos caro a ousadia (e o azar) e sofremos o terceiro num ressalto, logo no início do tempo extra. Ainda podíamos ter levado o jogo para os penaltis num excelente remate do Seferovic, mas o Cássio não deixou.

Em resumo, pela positiva: 
Notória evolução do processo ofensivo;
Atitude irrepreeensível de toda a equipa. 

Pela negativa:
Falhas de concentração e dificuldade em controlar o jogo;
Falta de eficácia na finalização.

Já sabemos que esta época não participaremos na festa do Jamor e não conquistaremos a nossa vigésima sétima Taça de Portugal. Resta-me dar os parabéns ao Rio Ave e desejar que, já agora, sejam eles a conquistá-la!


                             Ficha do jogo (aqui)
                            




3 comentários:

  1. Miguel, o Benfica este ano tem cometido erros tão primários que matam a equipa. E depois, como o Rui Vitória disse hoje, tem faltado um pouco de equilíbrio emocional. Para mim o 2º golo do Rio Ave na Taça é o espelho do Benfica este ano. o Pizzi perde uma bola no meio campo tentando passá-la ao Fejsa que estava a 1m dele. E por incrível que pareça o Krovinovic estava também a 1m dos dois. Ou seja, os três do meio-campo faziam um triângulo praticamente colados um no outro. Ao perderem a bola, o jogador do Rio Ave teve uma avenida para correr até à nossa área e chutar daquela forma. Acho que o golo do Estoril há dias na Luz também começou mais ou menos assim. Ou seja, o nosso ataque tem de estar muito inspirado para marcar logo 2 ou 3 golos e resolver o jogo, senão passamos por esse tipo de sofrimento. Temos sempre de acreditar no título mas assim vai ser difícil.

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    1. Pois é, Monte. A instabilidade emocional tem provocado a irregularidade exibicional. Não faz sentido num plantel tão experiente e tão vencedor. É que nem é tanto uma questão de jogarmos mal, é não conseguirmos manter um nível elevado. Já fizemos bons jogos e outros péssimos. Já fizemos boas primeiras partes e segundas fraquitas. Parece uma equipa com dupla personalidade, tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

      https://chamaqueanima.blogspot.pt/2017/09/dr-jekyll-e-mr-hyde.html

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  2. Não conhecia esta obra "Jekyll & Hyde", mas agora fiquei curioso. Quem sabe pudéssemos enviar o horrendo Mr. Hyde para longe, lá para os lados do Norte e ficamos só com o Dr. Jekyll.

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