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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

NÃO CHEGOU





Tal como em Amesterdão, o jogo de ontem na Luz foi muito equilibrado. Tal como em Amesterdão, o resultado de ontem na Luz foi definido por um detalhe no último minuto de jogo. Infelizmente, em ambos os jogos esses detalhes foram-nos adversos. 

Só há uma forma de impedirmos que sejam os "detalhes" de extrema aleatoriedade a definir os resultados - é sermos claramente mais fortes que os nossos adversários e jogarmos claramente melhor que eles. Não foi o caso. Lamentavelmente, o Benfica deste ano não chegou para o melhor Ajax dos últimos vinte anos...

Ao contrário do que aconteceu na Holanda, ontem conseguimos na maior parte do tempo bloquear a criatividade do Ajax e condicionar a sua construção. Contudo, e apesar do acréscimo de qualidade dado pelo Jonas, não fomos suficientemente fortes e esclarecidos no último terço. Assim, o resultado acaba por se ajustar ao desempenho das duas equipas. É verdade que nos faltou uma pontinha de sorte naquele remate final do Gabriel, mas já tínhamos beneficiado dessa sorte no último lance da primeira parte.

A continuidade na Liga dos Campeões é virtualmente impossível, a descida para a Liga Europa é praticamente inevitável. Ou seja, depois de termos alcançado o primeiro grande objectivo da época - o apuramento para a fase de grupos - falhamos agora o objectivo seguinte, que era o apuramento para os oitavos-de-final.  

                                       Ficha de jogo (aqui)


RUI VITÓRIA E O FUTURO
Por norma, sou contra demissões de treinadores no decorrer das épocas - é raríssimo dar bom resultado. Por princípio, defendo até às últimas consequências o treinador que se encontra ao serviço do Benfica - é assim que entendo a minha obrigação de adepto. 

Analisando o histórico do Rui Vitória à frente do Benfica, julgo que será pacífico concordarmos que teve duas épocas muito boas, em que alcançou feitos inéditos, e uma terceira muito fraca. Sendo que na época que findou tem fortes atenuantes: a ausência de um guarda-redes com a qualidade necessária para a baliza do Benfica; a ausência de alternativas de qualidade aos habituais titulares em duas ou três posições; e acima de tudo, a nojenta campanha de que temos sido alvo e que tem condicionado contra nós as arbitragens e as instâncias que regulam o futebol português.

Chegados à presente época, verificamos que o mister Rui Vitória dispõe agora de matéria-prima com qualidade e em quantidade suficientes para voltar a fazer um bom trabalho e reconquistar o campeonato. (Isto se não continuarmos a ser escandalosamente roubados e o clube da máfia escandalosamente beneficiado. Mas deixemos por agora esse dado fora da análise.) A verdade é que até começou bem, num início de época muito exigente e desgastante, garantiu o supra-citado objectivo de entrada na Liga dos Campeões e ganhou finalmente um confronto directo com o clube da máfia. 

Entretanto, concluímos a quarta jornada da Liga dos Campeões praticamente arredados da mesma, e encontramo-nos a uma distância (perfeitamente recuperável) de quatro pontos da liderança do campeonato. A contestação de uma parte significativa dos adeptos é um dado que também tem de ser tido em conta. Se é verdade que o Benfica não é, nem pode ser, gerido a partir das bancadas nem das redes sociais, também é verdade que o sucesso ficará muito mais longe se houver um divórcio irrevogável entre os adeptos e o treinador. O efeito colateral do descrédito no treinador já se faz sentir na falta de apoio à equipa, e isso deixa-nos mais fracos. Por outro lado, não podemos andar a despedir treinadores por causa de uma série de três ou quatro maus resultados, sob risco de cairmos numa espiral de tremenda instabilidade ou, pior que isso, transformarmo-nos num sporting.

Há no entanto uma linha vermelha que, a ser ultrapassada, terá de ditar inapelavelmente a saída do treinador: se, ou quando, se verificasse que os jogadores tinham deixado de acreditar em Rui Vitória, a sua permanência seria apenas uma perda de tempo. Pelo que me é dado a observar, não me parece que tenhamos chegado a esse ponto. 

Em suma, por mim e por agora, é de manter Rui Vitória. O Krovinovic está de regresso e se a sua entrada na equipa tiver o mesmo efeito que teve no ano passado, a qualidade do nosso jogo dará um salto quântico e as vitórias voltarão a ser o pão nosso de cada dia. Há que ter confiança! E com vitórias, já se sabe... passa a tempestade e regressa a bonança!

5 comentários:

  1. É muito difícil analisar este Benfica porque, além da falta de sorte, parece sobretudo que a equipa não tem pilhas para mais de meia hora de futebol razoável! Contra o AEK foi bem evidente e contra o Ajax, a vencer por 1-0, no fundo sabíamos que não teríamos capacidade para segurar a vitória. A dada altura passa a ser mais coração e menos cabeça.
    Gosto muito do Rui Vitória, mas infelizmente ele tem de estar ligado a esta má fase. É uma pena porque o homem é um resistente, não só contra os ruídos que vêm de fora, mas também contra os próprios adeptos que sempre desconfiaram dele. Acho que é um bom treinador, só que este ano realmente eu esperava mais. Aliás foi a promessa que ele fez no início da época, com um discurso bastante optimista. Ele dizia que o Benfica ia assumir os jogos. Mas falta alguma coisa nessa engrenagem que não está a funcionar e nos faz sofrer tanto. Aquele meio-campo não pode ser tão permeável a defender e tão previsível no ataque, sei lá! Até o Fejsa já está a deixar-me desconfiado. Não sei mais se ele, hoje, devia ser tão indiscutível assim.
    Enfim, o Rui Vitória já provou que tem essa capacidade de arranjar soluções com o campeonato em andamento, mas aí é que está! Na sua 4ª época, era de esperar uma maior capacidade para prever as tormentas. Fazer mudanças depois das derrotas é fácil. O difícil é ter a perspicácia de ver os momentos em que deve mudar de estratégia.
    O engraçado nisso tudo é chegarmos ao absurdo de ter de ouvir rumores sobre o provável regresso de Jorge Jesus ao Benfica e não ouvir nenhum sobre o Leonardo Jardim que está desempregado. É realmente estranho.

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    1. De facto este ano, com o plantel que temos e sendo a quarta época do Rui Vitória, não devíamos ter esta irregularidade que temos visto. Já tinha aqui dito, a seguir ao jogo com o Chaves que notava o Fejsa, o Pizzi e o Almeida em quebra de forma. Temos alternativas válidas, não faz sentido esgotar os habituais titulares. Entrámos numa espiral descendente sem necessidade nenhuma. Espero que o jogo de amanhã nos dê um sinal claro de retoma e que as coisas entrem nos eixos. Pode ter sido só uma fase má...

      Quanto ao regresso do Jesus, acho que seria um tremendo disparate. Não me agrada nada que essa possibilidade não tenha sido categoricamente desmentida pelo Benfica, é estar a alimentar mais uma guerra civil entre a massa adepta e a minar a confiança no Rui Vitória.

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  2. Da nossa parte temos de mostrar sempre confiança e naturalmente esperamos que os nossos rapazes vençam amanhã. Mas com a vitória do Porto hoje eles já vão entrar bastante pressionados. Nem quero imaginar um empate ou uma derrota amanhã. Seria impensável ficarmos a 6-7 pontos do Porto em Novembro quando há coisa de um mês conseguimos derrotá-los na Luz.
    Mas enfim, que tenhamos um pouco de sorte também porque ultimamente ela anda bem distante da nossa equipa.
    Carrega Benfica!

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  3. Sobre um provável regresso do Jorge Jesus ao Benfica, naquela entrevista do Luís Filipe Vieira na TVi ele devia ter acabado logo com as dúvidas. Não disse nem que sim nem que não. Foi a única coisa que eu não gostei da entrevista. Então um presidente que fala num Benfica 10 anos à frente dos rivais deixa no ar a possibilidade de regredirmos 10 anos novamente?

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    1. Exactamente! Nessa entrevista houve duas coisas que não gostei. Essa do Jesus, que ele devia ter descartado, e também quando lhe perguntaram da cartilha, meteu as mãos pelos pés. Qual é o problema de dizer que o Benfica disponibiliza algumas informações que os comentadores supostamente afectos ao Benfica podem utilizar ou não?

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