Na época transacta tivemos duas vitórias que são unanimemente consideradas como momentos-chave na conquista do Tricampeonato. A vitória por dois zero em Braga, a 30/11/15 na 11ª jornada e, obviamente a vitória por um zero em Alvalade, a 5/03/16 na 25ª, que nos deu a liderança a nove jornadas do fim.
Numa apreciação muito subjectiva, identifico um outro momento que para mim, adepto treinador de bancada, foi determinante. O momento em que entrámos em modo Piloto Automático. O momento em que, de repente, todos os jogadores sabiam o que fazer em cada momento do jogo. O momento em que, a partir do qual, mantivemos sempre um nível mínimo muito elevado, mesmo num ou outro jogo menos inspirado.
Refiro-me ao jogo frente ao Nacional, na Madeira a 11/1/16 à 17ª jornada. Ganhámos quatro um, com hat-trick do Jonas. Nesse jogo apresentámos o futebol mais ligado da época até então e não mais o perdemos. Já tínhamos ganho em Madrid e curiosamente ganháramos seis zero ao Marítimo na Luz, na semana anterior. Mas esse foi o jogo em que entrámos em Piloto Automático. Pelo menos, foi essa a sensação com que fiquei.
Nacional 1 - Benfica 4, 11/1/16, hat-trick de Jonas |
Pois bem, é precisamente essa a sensação com que fico após a vitória de hoje sobre o Marítimo e até podíamos ter ganho só por dois zero que teria a mesma opinião.
Do primeiro ao último minuto, os nossos jogadores souberam sempre o que fazer e estiveram sempre todos a jogar o mesmo jogo. Aquele que recuperasse uma bola, tinha sempre pelo menos duas opções seguras para entregar. Aquele que falhasse um passe, via sempre um colega ganhar o ressalto seguinte.
Os nossos defesas foram uns tipos intratáveis e os nossos médios não deram um milímetro aos adversários para respirar. Os nossos avançados criaram uma bela dezena de situações de golo. Colectivamente, desenvolvemos uma circulação intensa e segura, em profundidade e em largura. Tivemos excelente reacção à perda e controlo do espaço. Individualmente estiveram todos muito bem mas destaco o impressionante momento de forma do Nelson Semedo e do Gonçalo Guedes.
Este podia ter sido apenas um jogo muito bom, em que tudo correu bem e soubemos aproveitar os erros do adversário. Mas é mais do que isso! A ligação constante do nosso jogo, a fome com que os jogadores foram à procura do quarto depois do terceiro e do quinto depois do quarto e ainda do sexto...
Não. Não foi apenas um jogo muito bom, atingimos o nível Piloto Automático. Isto garante que vamos ganhar os jogos todos até ao fim da época? Claro que não. Mas significa que mesmo com um ou outro percalço não perderemos a rota.
Benfica 6 - Marítimo 0
P.S. Saboroso o presunto de Chaves servido sexta-feira à noite, não?
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