Depois de um empate na Liga, um vitória gorda na Taça e um empate esquizofrénico na Liga dos Campeões, eis que regressamos à normalidade. Cinquenta e seis mil Benfiquistas na Luz e mais três pontos no campeonato. Mais três belos golos marcados e zero sofridos. Gosto desta normalidade.
Perante um Moreirense com treinador interino que se apresentou com um bloco baixo muito compacto, revelámos algumas dificuldades em criar perigo na primeira meia-hora. O Benfica fazia boa circulação se bem que com pouca velocidade e sem conseguir explorar a profundidade, dado o posicionamento das duas linhas defensivas do adversário. Nestas situações, é necessário um trabalho de paciência e desgaste.
É aceitável que a primeira fase de construção seja lenta e segura, à espera do momento de meter o passe de ruptura. O que é fundamental nestes casos é que tenhamos uma excelente reacção à perda de bola e não deixemos o adversário aliviar a pressão. Assim foi feito. E quando assim é, mais cedo ou mais tarde acabamos por marcar, dando razão ao adágio popular "água mole em pedra dura tanto bate até que fura".
Recuperação de bola do Cervi - o argentino do Benfica com a melhor primeira época na Europa de que há memória -, conduz pelo seu corredor, passa para o meio onde o André Almeida tinha procurado o espaço central mas deixa passar para o Pizzi, que converte um penalty em andamento. Um zero aos 31 min. e algum alívio na ansiedade que já se começava a sentir nas bancadas. A primeira parte termina com 68% de posse de bola do Benfica confirmando um jogo de sentido único.
A segunda parte foi mais do mesmo, só que ainda melhor. Com mais velocidade, aproveitando mais algum espaço que entretanto se abria no último terço, continuámos a ser donos e senhores do jogo. O dois zero surge naturalmente aos 58 min. Mais uma vez por Pizzi, mais uma vez com toda a classe, agora com o pé esquerdo, a corresponder a um passe de Salvio numa das várias incursões do extremo pelo corredor central. O Benfica seguia jogando a seu bel-prazer, as oportunidades sucediam-se e Pizzi esteve por duas vezes perto do hat-trick. Não voltaria a marcar, mas foi decisivo no terceiro golo. Excelente visão de jogo e grande passe a isolar o Rafa que contorna o guarda-redes, chuta com pouca força para a baliza onde um defesa do Moreirense consegue o corte mas não consegue evitar que a bola sobre para o Raúl fechar a contagem. Três zero aos 88 min. Está feito!
Algumas notas individuais:
Ederson - Pouco trabalho. Boa defesa a remate de Roberto aos 36 min.
Luisão - Intransponível pela terra e pelo ar. Sempre a dar o exemplo, sem medo de subir bem alto no terreno impondo a pressão alta que asfixiou o Moreirense. Delicioso pormenor aos 62 min. em que controla no peito na direita do nosso ataque e faz um belo cruzamento ao segundo poste.
Fejsa - O costume. Limpou tudo o que havia para limpar e até fez desarmes sem tocar na bola!
Pizzi - O melhor em campo. Organizou e marcou. Dois golos e um passe decisivo no terceiro.
Cervi - Vai vender caro o seu lugar ao Rafa. Desequilibrador nato a atacar, já defende tão bem que até pode fazer de lateral-esquerdo em situação de recurso.
Gonçalo Guedes - Será que este rapaz pode evoluir até se tornar um 9 brutal?
Raúl - Grande trabalho! Corre por toda frente de ataque durante todo o tempo. Quando defendemos condiciona imenso o início de construção adversária. Quando atacamos dá-nos largura e profundidade. Marcou um golo, o seu terceiro em seis presenças na Liga.
Um louvor ainda para o André Almeida - Pela eterna disponibilidade, pela polivalência e pela forma como tem sabido evoluir ao longo dos anos.
O Rafa e o Carrilho também entraram muito bem no jogo.
Podence, o académico de Alcochete, também deu um arzinho da sua graça... quando foi substituído.
Aproxima-se uma semana intensa com Marítimo-Benfica dia 2, Benfica- Nápoles dia 6, e Benfica-Sporting dia 11.
Estamos prontos!
Benfica 3- Moreirense 0
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