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"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

quinta-feira, 7 de julho de 2016

O EURO 2016 (parte VII) - PORTUGAL NA FINAL






Como referi no texto anterior, chegar às meias-finais do Europeu terá sempre de ser considerado um desempenho positivo. Chegar a uma Final é um feito histórico! Recordemos que é apenas a segunda vez que tal acontece.

Se Portugal não vencer a Final, não faltará gente a dizer que só lá chegámos porque tivemos um sorteio favorável e que ao defrontarmos um dos "tubarões" revelámos a nossa incapacidade. Discordo totalmente. Se é verdade que Croácia, Polónia e País de Gales não são colossos do futebol mundial em termos de reputação, também é verdade que estas equipas se apresentaram muito fortes neste Europeu e provaram em campo o seu real valor. E o futebol é o momento. Claro que Portugal tem todo o mérito em atingir a Final.

Antes do início deste campeonato, preocupava-me a ausência de um verdadeiro ponta-de-lança com qualidade na nossa Selecção. Ficou demonstrado que havia razões para esta preocupação. Temos revelado uma grande dificuldade em desenvolver um futebol ofensivo, em ataque continuado, tirando partido da enorme qualidade dos nossos jogadores. Sem ponta-de-lança para fixar os centrais adversários, para dar uma referência posicional aos médios e extremos e para segurar a bola e participar em combinações ofensivas, antevia-se um modelo de jogo mais baseado em contra-ataque e transições rápidas.

Fernando Santos deparava-se pois com um problema de difícil resolução e tinha poucas alternativas:

a) Utilizar Éder, o único ponta-de-lança convocado, sabendo que a sua qualidade está uns furos abaixo dos restantes elementos e que provavelmente teria grandes dificuldades em ser o tal elemento capaz de fazer a ligação no ataque. Esta opção teria também a desvantagem de encostar Ronaldo ao flanco esquerdo, quando se percebe que ele já não é o extremo que foi e provocaria desequilíbrios no plano defensivo.

b) Utilizar Ronaldo como ponta-de-lança, mantendo o clássico 4-3-3 de Portugal. Aqui, seria o "sacrifício" de Ronaldo, entregando-o à marcação sem que tirássemos partido da sua mobilidade e sem que ganhássemos um verdadeiro ponta-de-lança, que Ronaldo também não o é. Uma coisa é aparecer na zona de finalização e executar como os melhores, outra coisa é estar lá, a levar porrada dos centrais e a jogar de costas para a baliza.

c) Foi escolhida uma terceira via. Uma solução híbrida, com dois avançados muito móveis sem um verdadeiro ponta-de-lança. Com um meio campo recheado de talento, inteligência e capacidade de trabalho, procurando assim um compromisso entre a consistência defensiva e a exploração do espaço nas costas das defesas adversárias, recorrendo à capacidade que vários dos nossos jogadores têm para criar desequilíbrios individualmente. 

Não terá sido fácil implementar este modelo e notou-se uma grande desorganização do jogo ofensivo nos primeiros embates/empates. Mas a resposta da equipa acaba por ser muito boa.
Para além da qualidade já referida de todos os médios, da concentração dos defesas e do bom momento de Nani, Fernando Santos pode ainda contar com um Cristiano Ronaldo no auge da sua carreira no que diz respeito ao altruísmo e sentido de compromisso com a equipa. Nunca como agora vimos Ronaldo a jogar para o colectivo, abdicando do seu protagonismo, confiando na equipa. Até já festeja os golos dos colegas! Tem sido um verdadeiro Capitão, finalmente. Também aqui há que dar mérito ao trabalho de Fernando Santos.

À hora que escrevo está prestes a começar o França-Alemanha. Não consigo atribuir favoritismo nem tampouco escolher o adversário menos difícil para nós. Mas como diz o Fernando Santos, também não será fácil para eles vencerem Portugal! 




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