Havia um futebol feminino em Portugal antes do Benfica e haverá outro futebol feminino em Portugal com o Benfica!
Um pouco por todo o mundo, o futebol feminino tem conhecido uma grande evolução nos últimos anos. Ao contrário do que víamos antes - algumas raparigas com jeitinho para a bola mas sem grande noção do jogo colectivo - , actualmente já é possível observarmos nas melhores equipas femininas a aplicação de princípios do futebol moderno, nomeadamente a saída Lavolpiana, a pressão organizada, e uma noção colectiva dos momentos do jogo.
Também em Portugal o futebol feminino tem evoluído e a Selecção Nacional é prova disso. Para tal muito têm contribuído, justiça lhes seja feita, o Braga e o Sporting, as melhores equipas nacionais (até ontem). Dentro de dois, três anos, à medida que as jovens portuguesas ao serviço do Benfica forem evoluindo, assistiremos a um novo salto qualitativo da equipa nacional.
A margem de crescimento do futebol feminino, quer em termos técnicos, quer em termos comerciais, é enorme. E nada melhor que a chegada do Maior de Portugal à competição para acelerar esse crescimento. O interesse que a nossa novísssima equipa tem gerado entre a Família Benfiquista é um excelente sinal. No passado dia 1, no jogo de apresentação na Luz, eu e mais oito mil, cento e vinte cinco benfiquistas demos o mote. No próximo domingo será a estreia oficial, em casa emprestada pelo Atlético de Alcântra, frente ao Frielas. Será uma excelente oportunidade para mostrarmos Urbi et Orbi a força do SLB, enchendo de vermelho o mítico estádio da Tapadinha, no apoio às nossas meninas.
O PROJECTO DO BENFICA
Vamos começar, e bem, na segunda divisão. Mas os objectivos são muito ambiciosos, ou não se tratasse do Glorioso. Vencer o chamado Campeonato de Promoção e a Taça de Portugal (!) já na primeira época são os desafios propostos à equipa liderada pelo técnico João Marques (ex-Sporting de Braga).
Contratámos para o efeito sete brasileiras, uma espanhola e uma cabo-verdiana que se juntam às onze portuguesas, num total de nove internacionais A. A experiência e superior capacidade técnica das brasileiras será um forte impulso para o desenvolvimento das mais jovens e inexperientes. Entretanto, também já formámos uma equipa de sub-17 e outra de sub-19 que garantirão a continuidade do projecto.
Eis o elenco:
Dani Neuhaus | guarda-redes | 25 anos - Internacional Brasileira, ex-Santos
Catarina Bajanca | guarda-redes | 22 anos - Portuguesa, ex-Estoril Praia
Carolina Vilão | guarda-redes | 17 anos - Internacional Portuguesa sub-18, ex-Sporting
Daiane Rodrigues | lateral-direita | 31 anos - Internacional Brasileira, ex-Corinthians
Inês Queiroga | lateral-direita | 18 anos - Portuguesa, ex-Braga
Ana Alice | defesa-central | 29 anos - Internacional Brasileira, ex-Kiryat Gat (Israel)
Tita | defesa-central | 28 anos - Internacional Portuguesa, ex-União Ferreirense
Pipa | defesa-central | 24 anos - Internacional Portuguesa, ex-Estoril Praia
Sílvia Rebelo | defesa-central | 29 anos - Internacional Portuguesa, ex-Braga
Diva Meira | lateral-esquerda | 18 anos - Internacional Portuguesa sub-19, ex-Vilaverdense
Andreia Faria | média | 18 anos - Internacional Portuguesa sub-19, ex-Vilaverdense
Pauleta | média | 20 anos - Espanhola, ex-Braga
Patrícia Llanos | média | 27 anos - Brasileira, ex-Ferroviária
Jassie Vasconcelos | extrema/ala | 23 anos - Internacional Portuguesa, ex-Cardiff City
Evy Pereira | avançada/extrema | 24 anos - Cabo-Verdiana, ex-Valadares
Geyse | extrema/ala | 20 anos - Internacional Brasileira, ex-Madrid CFF
Maiara | extrema/ala | 26 anos - Brasileira, ex-3B da Amazónia
Carlota Cristo | avançada | 20 anos - Internacional Portuguesa sub-19, ex-Verona
Darlene de Souza | avançada | 28 anos - Internacional Brasileira, ex-Saragoça
Adri | avançada | 24 anos - Portuguesa, ex-Braga
PATRÍCIA LLANOS - Classe e inteligência |
Tendo como referência apenas o jogo de apresentação frente ao Deportivo da Coruña (2-2), a craque que mais me impressionou foi a Patrícia Llanos - média-centro de fino recorte técnico, excelente leitura de jogo e muita qualidade no passe. Não sei se foi por causa das saudades, mas até me fez lembrar o Krovinovic...
Mas também gostei de ver: a segurança da guarda-redes Dani Neuhaus; o passe longo da central Pipa; a omnipresença da Pauleta; a polivalência da Daiane (lateral, extrema, direita, esquerda, e marca todas as bolas paradas); os dribles da Evy; a habilidade da Maiara; o potencial da Geyse; e a energia da Andreia Faria. Domingo tiro mais notas!
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